José Luís Peixoto ganhou hoje o Prémio Daniel Faria 2008, criado pela Câmara Municipal de Penafiel e pela Quasi Edições.
O conjunto dos poemas agora premiado será editado em Março pela Quasi, sob o nome "Gaveta de papéis".
Enquanto o livro chega e não chega...
"A gente corremos pelas ruas da vila"
(de JLP, publicado no livro "Cal", da Bertrand)
O céu das hortas é maior do que
o mundo:
a vila apresenta ruas calcetadas para
homens de sapato fininho, mulheres
sozinhas e cachopos: eh, cachopo
de má raça.
Vamos aos figos e passamos
a vida:
a vila, às vezes, é desenhada
por esta aragem que é o lápis
de um carpinteiro. Quem é que é
o teu pai? perguntam os velhos
sentados num banco do jardim.
A gente corremos pelas ruas da vila.
Eu já vi as laranjeiras e as janelas
abertas no verão. Pranta-te quedo,
dizem as velhas de olhos pretos.
Vamos fazer um mandado, vamos dizer
o tempo:
porque a gente corremos pelas ruas da vila
e sabemos quem é a Ti Rosa do Queimado
e ainda não temos a cegueira de ser grandes.
(É pena não termos o texto em audio, com um diseur daqueles fenomenais).
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Elogio das Pequenas Livrarias
Ilustração: Madalena Matoso
Gostamos das FNAC's. Gostamos das Bertrand's. Não temos absolutamente nada contra as Bulhosas, nem as Byblos que aí vêm. São cadeias grandes, normalmente organizadas, eficientes, com milhares de artigos à disposição. Tornaram os livros mais acessíveis em algumas cidades, onde o máximo que existia era uma papelaria que, para além de jornais, revistas, dossiers, cadernos e cadernetas (e serpentinas e máscaras para o Carnaval...), tinha duas ou três prateleiras com meia dúzia de livros que não fossem os "escolares". Em muitas cidades ainda assim é.
Em muitas cidades, também é verdade, estas redes livreiras abriram os seus espaços em grandes centros comerciais e talvez tenham contribuído para desertificar ruas de comércio local... onde até existia uma livraria simpática. É possível (e não gostamos dessa parte!).
Porque a verdade é que gostamos muito das pequenas livrarias. Não das pequenas livrarias, mal amadas e pouco esforçadas onde não se encontra mesmo nada... mas das outras. Das pequenas e cuidadas, acolhedoras e cheias de ânimo, onde somos recebidos por gente que domina as prateleiras como as ruas da sua própria cidade.
Nestas casas (à boa moda antiga) não se vendem milhares de CD's, DVD's e outro material electrónico, não tropeçamos em pilhas de livros que disputam cada centímetro de espaço e, sobretudo, temos a certeza de não encontrar um filme do "Noddy" (ou de outro qualquer herói) a passar, em alto volume, por cima das nossas cabeças...
Temos conhecido algumas destas livrarias especiais, e é por isso que gostamos que façam parte dos nossos links. Já lá temos a "Pó dos Livros", a "Mãos à Arte", a "A Que Sabe a Lua" ou a "Arquivo".
Hoje acrescentamos à lista a "Trama", que ainda lá faltava.
Continuaremos a procurá-las.
Gostamos das FNAC's. Gostamos das Bertrand's. Não temos absolutamente nada contra as Bulhosas, nem as Byblos que aí vêm. São cadeias grandes, normalmente organizadas, eficientes, com milhares de artigos à disposição. Tornaram os livros mais acessíveis em algumas cidades, onde o máximo que existia era uma papelaria que, para além de jornais, revistas, dossiers, cadernos e cadernetas (e serpentinas e máscaras para o Carnaval...), tinha duas ou três prateleiras com meia dúzia de livros que não fossem os "escolares". Em muitas cidades ainda assim é.
Em muitas cidades, também é verdade, estas redes livreiras abriram os seus espaços em grandes centros comerciais e talvez tenham contribuído para desertificar ruas de comércio local... onde até existia uma livraria simpática. É possível (e não gostamos dessa parte!).
Porque a verdade é que gostamos muito das pequenas livrarias. Não das pequenas livrarias, mal amadas e pouco esforçadas onde não se encontra mesmo nada... mas das outras. Das pequenas e cuidadas, acolhedoras e cheias de ânimo, onde somos recebidos por gente que domina as prateleiras como as ruas da sua própria cidade.
Nestas casas (à boa moda antiga) não se vendem milhares de CD's, DVD's e outro material electrónico, não tropeçamos em pilhas de livros que disputam cada centímetro de espaço e, sobretudo, temos a certeza de não encontrar um filme do "Noddy" (ou de outro qualquer herói) a passar, em alto volume, por cima das nossas cabeças...
Temos conhecido algumas destas livrarias especiais, e é por isso que gostamos que façam parte dos nossos links. Já lá temos a "Pó dos Livros", a "Mãos à Arte", a "A Que Sabe a Lua" ou a "Arquivo".
Hoje acrescentamos à lista a "Trama", que ainda lá faltava.
Continuaremos a procurá-las.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
A Bibliotecária de Bassorá
Alia Muhammad Baker é a bibliotecária de Bassorá, no Iraque. A Biblioteca de Alia é um lugar onde muitas pessoas se encontram para ler e falar de livros. Quando a guerra chega ao Iraque, Alia pede ao governador da cidade para guardar os livros num local seguro mas ele diz que não. Alia desobedece e começa a levar, em segredo, à noite, os livros da biblioteca para casa, até que Bassorá acaba por ser bombardeada e a biblioteca destruida. Alia, com a ajuda de amigos (e com a casa cheia até ao tecto), já tinha conseguido salvar quase todos os 30 mil livros da biblioteca.
Esta é uma história verdadeira, que foi contada por uma jornalista do New York Times (Shaila K. Dewan) e transformada em livro por Jeanette Winter.
Eu ouvi-a no Palavras Andarilhas de Beja, contada pelos Piratas da Alexandria e fiquei fascinada.
A galope!
Ilustração: Bernardo Carvalho
Este blog já andava mesmo a pedir uma ilustração!
Esta é do Bernardo e foi criada para a Agenda Cultural da Câmara Municipal de Cascais.
Para quem ainda tem dúvidas de que os livros nos podem levar estrada fora...
Este blog já andava mesmo a pedir uma ilustração!
Esta é do Bernardo e foi criada para a Agenda Cultural da Câmara Municipal de Cascais.
Para quem ainda tem dúvidas de que os livros nos podem levar estrada fora...
domingo, 27 de janeiro de 2008
Está quase seca...
Tenho-me esquecido de anunciar que a nossa Yara, gomo fundamental deste Planeta, e também contribuidora deste blog, inaugurou há dias o fantástico estendal que aqui vêem. Nos seus posts (presos com molas, claro, não vá o vento...) podemos ver alguns dos trabalhos que vai desenvolvendo como ilustradora, designer, tricotadeira e costureira... Moça prendada, portanto.
Números...
"Estudo apresentado ontem mostra que em 2005 houve um aumento significativo dos livros exportados para os PALOP. O mercado do livro escolar e da literatura em Portugal está a crescer, e as exportações de livros para os países africanos de expressão portuguesa aumentaram de forma significativa em 2005. Estes são dois dos dados mais significativos de um estudo sobre o mundo editorial e livreiro, encomendado pelo Ministério da Cultura e apresentado ontem em Lisboa." (Alexandra Prado Coelho, no Público de sábado).
Mais informações, no Diário Digital, aqui .
Mais informações, no Diário Digital, aqui .
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Leitores há muitos...
No blog da Pó dos Livros, saiu hoje este texto muito divertido sobre os vários tipos de leitores que podem aparecer numa livraria... Com qual se identificam?
Um grande dia?
Hoje é, supostamente, um grande dia para o mundo dos livros e da edição em Portugal.
Uma das queixas que se ouve por todo o lado, dos editores aos livreiros, é a inexistência de números fiáveis sobre este sector, o chamado sector livreiro...
Não se sabe exactamente quantos livros se publicam em Portugal, que livros são esses, quem os compra e, sobretudo, e esta é a parte que mais interesse (e polémica) irá despertar: quanto dinheiro representa este mercado.
Esta manhã, na Biblioteca Nacional, estão a ser apresentados os resultados preliminares do ‘Inquérito ao Sector do Livro’ em Portugal, uma encomenda do Ministério da Cultura ao Observatório das Actividades Culturais.
José Neves, coordenador da equipa de investigação, irá fazer o balanço da informação levantada. Estamos curiosos...
Uma das queixas que se ouve por todo o lado, dos editores aos livreiros, é a inexistência de números fiáveis sobre este sector, o chamado sector livreiro...
Não se sabe exactamente quantos livros se publicam em Portugal, que livros são esses, quem os compra e, sobretudo, e esta é a parte que mais interesse (e polémica) irá despertar: quanto dinheiro representa este mercado.
Esta manhã, na Biblioteca Nacional, estão a ser apresentados os resultados preliminares do ‘Inquérito ao Sector do Livro’ em Portugal, uma encomenda do Ministério da Cultura ao Observatório das Actividades Culturais.
José Neves, coordenador da equipa de investigação, irá fazer o balanço da informação levantada. Estamos curiosos...
Bookstart: copiem esta ideia!
Não são só os outros, "lá fora", que fazem coisas boas.
Mas este programa do Reino Unido é, de facto, uma boa ideia para despertar o gosto pelos livros (e não era nada mau que fosse copiado em todas as suas vertentes e trazido para Portugal o quanto antes).
Chama-se Bookstart e oferece a cada criança um kit de leitura, com livros escolhidos de acordo com a sua idade. Atenção que não são livros fraquinhos, nem restos de editoras. São livros novos, de qualidade, escolhidos a dedo e oferecidos em várias fases: primeiro por volta dos 7-9 meses, depois aos 18 meses e aos 3 anos.
O primeiro kit contém dois livros em cartão (como se quer nestas idades), um livro de rimas, um guia para os pais, informação sobre a rede de bibliotecas e ainda uma lista com sugestões de livros adequados a esta idade.
O segundo kit, para além de livros e muita informação para os pais (como "o que fazer com um livro para além de o ler?" ), traz lápis de cor, autocolantes, um friso para decorar o quarto.
O terceiro kit vem dentro de uma arca do tesouro (com um compartimento secreto...) e traz o mesmo género de surpresas do anterior.
Os kits podem ser pedidos nos centros de saúde ou nas bibliotecas e são gratuitos.
Apesar de as crianças também terem direito a não lhes apetecer ler e, sobretudo, a não ser massacradas (já se conhecem casos em que tanta insistência e entusiasmo por parte dos adultos em redor resultaram num certo enfado pelas letras...), é também certo que há ainda muitas famílias em que o problema é o contrário...
Por isso, copie-se esta iniciativa: de certeza que ninguém vai recusar um tesouro destes. E, pode ser que, uma vez em casa, o "saquinho" desperte curiosidade.
Mas este programa do Reino Unido é, de facto, uma boa ideia para despertar o gosto pelos livros (e não era nada mau que fosse copiado em todas as suas vertentes e trazido para Portugal o quanto antes).
Chama-se Bookstart e oferece a cada criança um kit de leitura, com livros escolhidos de acordo com a sua idade. Atenção que não são livros fraquinhos, nem restos de editoras. São livros novos, de qualidade, escolhidos a dedo e oferecidos em várias fases: primeiro por volta dos 7-9 meses, depois aos 18 meses e aos 3 anos.
O primeiro kit contém dois livros em cartão (como se quer nestas idades), um livro de rimas, um guia para os pais, informação sobre a rede de bibliotecas e ainda uma lista com sugestões de livros adequados a esta idade.
O segundo kit, para além de livros e muita informação para os pais (como "o que fazer com um livro para além de o ler?" ), traz lápis de cor, autocolantes, um friso para decorar o quarto.
O terceiro kit vem dentro de uma arca do tesouro (com um compartimento secreto...) e traz o mesmo género de surpresas do anterior.
Os kits podem ser pedidos nos centros de saúde ou nas bibliotecas e são gratuitos.
Apesar de as crianças também terem direito a não lhes apetecer ler e, sobretudo, a não ser massacradas (já se conhecem casos em que tanta insistência e entusiasmo por parte dos adultos em redor resultaram num certo enfado pelas letras...), é também certo que há ainda muitas famílias em que o problema é o contrário...
Por isso, copie-se esta iniciativa: de certeza que ninguém vai recusar um tesouro destes. E, pode ser que, uma vez em casa, o "saquinho" desperte curiosidade.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Que bicho é este?
Entre muitas outras actividades, o Sérgio a Andreia correm as escolas e bibliotecas a promover a leitura junto dos mais novos. Nunca os vi em acção, mas imagino que o façam bem.
Para além destas epopeias, alimentam o "Bicho dos Livros", o blog em que contam as aventuras que vão vivendo pelo país.
No seu Bicho, começaram agora a publicar pequenas recensões sobre alguns dos livros que integram o Plano Nacional de Leitura.
Hoje chegou-nos a notícia de que o "Obrigado a Todos" já lá está.
Resta-nos agradecer.
Partidas e Chegadas
Pedem-nos para divulgar este concurso dirigido a ilustradores entre os 18 e os 35 anos (ainda podemos chamar-lhes jovens, não acham?).
Então, jovens artistas, o desafio é o seguinte:
Contar, através de imagens ou de imagens acompanhadas de um pequeno texto, uma história relacionada com viagens.
Alguns lamirés dados pela própria organização: aviões que se perdem, comboios que se apanham no último minuto, salas de espera de aeroportos, cidades que se descobrem, caravanas que partem e nunca mais chegam...
"Arrivals and Departures é para todos os que gostam de partir, para aqueles que se sabem onde querem chegar e também para todos os que se costumam perder" (numa tradução livre do texto disponível no site da organização). Dêem lá um salto para conhecer todo o regulamento.
O prazo de entrega dos trabalhos é 29 de Fevereiro de 2008.
Então, jovens artistas, o desafio é o seguinte:
Contar, através de imagens ou de imagens acompanhadas de um pequeno texto, uma história relacionada com viagens.
Alguns lamirés dados pela própria organização: aviões que se perdem, comboios que se apanham no último minuto, salas de espera de aeroportos, cidades que se descobrem, caravanas que partem e nunca mais chegam...
"Arrivals and Departures é para todos os que gostam de partir, para aqueles que se sabem onde querem chegar e também para todos os que se costumam perder" (numa tradução livre do texto disponível no site da organização). Dêem lá um salto para conhecer todo o regulamento.
O prazo de entrega dos trabalhos é 29 de Fevereiro de 2008.
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Branco
Era uma vez uma menina que usava um capuchinho branco. Um dia, tinha nevado tanto, tanto, que estava tudo branco: as árvores, as casas, os caminhos. Ora, foi exactamente nesse dia que o capuchinho branco resolveu fazer-se ao branco do caminho para ir visitar a avó...
Este livro de páginas todas brancas foi criado pelo Bruno Munari e é uma obra-prima da ilustração (é o que eu acho!).
(Já está!)
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Uma livraria irrequieta
É assim que se querem as livrarias: desassossegadas, inconformadas, irrequietas.
A Livro do Dia, no centro histórico de Torres Vedras, vê-se que não gosta de ficar parada. Chama autores, organiza tertúlias, serve tartes e cafés até tarde, promove concertos.
Para enfrentar a chegada de um mega centro comercial à região, a Livro do Dia arregaçou as mangas e decidiu lutar pelo seu lugar.
Neste momento, está a promover os Prémios Livrododia 2007 para, em conjunto com os seus leitores, destacar algumas edições deste ano.
Numa primeira fase foi aberto concurso em várias categorias: Melhor Livro de Ficção, Melhor Livro de Poesia, Melhor Livro de Ilustração, Melhor Capa de Livro.
Depois das nomeações (da responsabilidade dos leitores e amigos da casa), segue-se agora a votação final para eleger vencedores em cada uma das categorias.
Entre as cinco finalistas da categoria "Melhor Capa", está a bela capa da Madalena para o livro "Quando eu nasci", uma edição do Planeta Tangerina. Se quiserem votar é aqui.
A Livro do Dia, no centro histórico de Torres Vedras, vê-se que não gosta de ficar parada. Chama autores, organiza tertúlias, serve tartes e cafés até tarde, promove concertos.
Para enfrentar a chegada de um mega centro comercial à região, a Livro do Dia arregaçou as mangas e decidiu lutar pelo seu lugar.
Neste momento, está a promover os Prémios Livrododia 2007 para, em conjunto com os seus leitores, destacar algumas edições deste ano.
Numa primeira fase foi aberto concurso em várias categorias: Melhor Livro de Ficção, Melhor Livro de Poesia, Melhor Livro de Ilustração, Melhor Capa de Livro.
Depois das nomeações (da responsabilidade dos leitores e amigos da casa), segue-se agora a votação final para eleger vencedores em cada uma das categorias.
Entre as cinco finalistas da categoria "Melhor Capa", está a bela capa da Madalena para o livro "Quando eu nasci", uma edição do Planeta Tangerina. Se quiserem votar é aqui.
I Colori del Sacro
Chama-se "I Colori del Sacro" e é uma Mostra Internacional de Ilustração para a Infância que tem lugar na cidade de Padova, em Itália.
Nesta 4.ª edição, o tema escolhido foi "O Fogo e a Luz" (ou, mais exactamente, "Dal fuoco alla luce" que soa bem mais bonito), em torno do qual trabalharam ilustradores dos cinco continentes.
O trabalho da Madalena foi um dos seleccionados para integrar esta exposição, que pode ser visitada até dia 13 de Abril de 2008, no Museu Diocesano de Padova.
Se tiverem a sorte de passar lá perto, já sabem...
Nesta 4.ª edição, o tema escolhido foi "O Fogo e a Luz" (ou, mais exactamente, "Dal fuoco alla luce" que soa bem mais bonito), em torno do qual trabalharam ilustradores dos cinco continentes.
O trabalho da Madalena foi um dos seleccionados para integrar esta exposição, que pode ser visitada até dia 13 de Abril de 2008, no Museu Diocesano de Padova.
Se tiverem a sorte de passar lá perto, já sabem...
domingo, 20 de janeiro de 2008
Para quem é, bacalhau não basta.
Um artigo do Público dava conta, esta sexta-feira, de um estudo feito por uma empresa de consultoria em Língua Portuguesa que analisou alguns livros do segmento infanto-juvenil disponíveis no mercado. Conclui o dito estudo (disponível na íntegra aqui) que há, em geral, um certo descuido na revisão dos textos publicados. Gralhas, aberturas de parágrafo deficientes, incoerências gráficas, uso irregular dos artigos indefinidos ou pontuação insuficiente são alguns dos problemas mais comuns.
O estudo, sublinhe-se, não é nada de muito científico (nem próximo disso), mas a intenção parece-me boa: chamar a atenção para um segmento de leitores que, em muitas editoras, é tratado ainda com um certa condescendência e não apenas nesta área da revisão de texto.
A Letrário escolheu, aleatoriamente, 22 livros de diferentes editoras, nos quais identificou problemas em páginas escolhidas ao acaso. Depois propôs soluções.
No final, as editoras foram divididas por cinco grupos, consoante a maior ou menor presença de erros (diga-se de passagem que esta classificação, tendo por base apenas um livro, é discutível e, quanto a mim, dispensável).
As conclusões deste estudo não são propriamente uma novidade e este descuido não é exclusivo dos livros para crianças. Ainda há pouco, no site do Público, a frase em destaque dizia qualquer coisa como (citando alguém) "Eu recomendaria ao Ministro da Saúde que percebece as populações"...
Eu recomendaria ao Público que tivesse dó dos seus leitores. Porque este género de "pregos" doi no fundo da barriga.
O estudo, sublinhe-se, não é nada de muito científico (nem próximo disso), mas a intenção parece-me boa: chamar a atenção para um segmento de leitores que, em muitas editoras, é tratado ainda com um certa condescendência e não apenas nesta área da revisão de texto.
A Letrário escolheu, aleatoriamente, 22 livros de diferentes editoras, nos quais identificou problemas em páginas escolhidas ao acaso. Depois propôs soluções.
No final, as editoras foram divididas por cinco grupos, consoante a maior ou menor presença de erros (diga-se de passagem que esta classificação, tendo por base apenas um livro, é discutível e, quanto a mim, dispensável).
As conclusões deste estudo não são propriamente uma novidade e este descuido não é exclusivo dos livros para crianças. Ainda há pouco, no site do Público, a frase em destaque dizia qualquer coisa como (citando alguém) "Eu recomendaria ao Ministro da Saúde que percebece as populações"...
Eu recomendaria ao Público que tivesse dó dos seus leitores. Porque este género de "pregos" doi no fundo da barriga.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Gosto deste par
"Era como se eu escrevesse os teus pensamentos e tu lesses os meus.
Uns levavam-me, outros traziam-te: até nos colocarem num sítio só."
As palavras são de Eugénio Roda, a ilustração de Gémeo Luís.
Quando se juntam (e, felizmente, é muitas vezes), fazem uma dupla imbatível a fazer livros bonitos. As Edições Eterogémeas, casa-mãe destes dois rapazes, são um caso mesmo muito especial no mundo da edição portuguesa.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Isto de ter um blog...
Depois de conseguir uma coisa tão simples, tão básica como inserir o "sitemeter" cá em baixo, senti-me uma mulher dos novos tempos. E, ver agora que o Bruno nos visitou a partir de Barcelona, o Filipe na Holanda e a família da Yara no Brasil, é emoção a mais para um só dia.
(Dêem um desconto ao meu entusiasmo. Dizem que isto passa depressa...)
(Dêem um desconto ao meu entusiasmo. Dizem que isto passa depressa...)
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Follow the line, please!
No book by its cover descobri mais uma pérola que só dá vontade de ir a correr para as encomendas da Amazon.
Chama-se "Follow the line" e tem por base uma ideia que parece saída dos cadernos de desenho do Bernardo: começa com uma linha na capa, que segue depois pelo miolo adentro, desenhando cidades, peixes e pessoas, sem nunca se desmanchar nem ser interrompida.
A autora chama-se, vamos lá ver se não me engano, Laura Ljungkvist, é sueca mas vive há anos em Nova Iorque.
Em tempos que já lá vão, fizemos uma proposta para um cartaz para a secção infantil da FNAC que tinha um desenho assim, lembram-se?
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
domingo, 13 de janeiro de 2008
A máquina perfeita
Enquanto se discute por aí se os livros (tal como os conhecemos) têm ou não têm os dias contados, os e-books vão evoluindo.
Não há nada como o papel, nada como o cheiro de um livro acabado de chegar, nada que dê tanto jeito para ler na praia, no sofá ou na cama...
Pois, pois...
A verdade é que não me importava nada de ter uma maquineta destas.
É pequena (do tamanho de um livro), não tem fios, não precisa de qualquer computador para funcionar e através dela podem ler-se livros, jornais, revistas e blogues. Não só ler, como comprar online (aliás, basta comprar e, num minuto, temos o livro interinho do nosso lado).
Diz quem já usou que, por usar tinta electrónica (o que quer que isso seja), a leitura através do ecrã aproxima-se muito da de um livro tradicional. Imagino eu que isto queira dizer que não cansa os olhos.
Para além disso, dá para enviar mails, editar texto e ouvir música.
Perfeito, portanto.
Chama-se "kindle" e foi lançado pela Amazon, agora em Novembro.
A demonstração pode ser vista aqui:
Não há nada como o papel, nada como o cheiro de um livro acabado de chegar, nada que dê tanto jeito para ler na praia, no sofá ou na cama...
Pois, pois...
A verdade é que não me importava nada de ter uma maquineta destas.
É pequena (do tamanho de um livro), não tem fios, não precisa de qualquer computador para funcionar e através dela podem ler-se livros, jornais, revistas e blogues. Não só ler, como comprar online (aliás, basta comprar e, num minuto, temos o livro interinho do nosso lado).
Diz quem já usou que, por usar tinta electrónica (o que quer que isso seja), a leitura através do ecrã aproxima-se muito da de um livro tradicional. Imagino eu que isto queira dizer que não cansa os olhos.
Para além disso, dá para enviar mails, editar texto e ouvir música.
Perfeito, portanto.
Chama-se "kindle" e foi lançado pela Amazon, agora em Novembro.
A demonstração pode ser vista aqui:
http://link.brightcove.com/services/link/bcpid1243727405/bctid1315742268
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Vejam só esta beleza...
Uma livraria dentro de uma antiga igreja dominicana.
Fica em Maastricht e quase assusta de tão bonita.
As fotos são do Bibliotecário de Babel.
Fica em Maastricht e quase assusta de tão bonita.
As fotos são do Bibliotecário de Babel.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Era uma vez uma velhinha...
Era uma vez uma velhinha que engoliu uma mosca...
Depois engoliu uma aranha para apanhar a mosca...
Depois engoliu um pássaro para apanhar a aranha...
E assim por aí fora até ao dia em que...
"She swallowed an horse... And she died of course!"
Recebi um presente de Natal já na primeira semana do ano novo. Veio numa caixa da Amazon, encomendada pela Madalena, que chegou com semanas de atraso.
É um livro e já não é novo (a primeira vez que o vimos foi na Feira de Bolonha há já uns bons anos), mas é daqueles intemporais (digo eu).
Chama-se "There was on old lady who swallowed a fly" e é escrito e ilustrado pelo nova-iorquino Simms Taback. Ganhou uma medalha na área da Literatura Infantil (a Caldecott Medal Book, diz no autocolante da capa) e bem a merece.
A lengalenga, de tradição oral, é fantástica. As ilustrações são muito divertidas e com um recorte muito útil na barriga da velhinha, a deixar ver as coisas loucas que se passam lá dentro.
Madalette: Merci pour le cadeau!
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Lamechices de Ano Novo
O livro chama-se "Change the world 9 to 5" e, sabe Deus porquê, fez-me logo lembrar um colega aqui do "escritório". Propõe 50 ideias muito simples para mudar o mundo das 9 às 5 (o horário de trabalho de muito boa gente) e tornar os "outros" um pouco mais felizes. Os "outros" são aqueles com quem nos cruzamos no autocarro ou no elevador, ou que espreitamos do lado de lá do ecrã da nossa mesa (e a quem muitas vezes só grunhimos um "bom dia" carrancudo).
Agora que já engolimos as doze passas da meia-noite e escolhemos 12 desejos bem egocêntricos... acho que não nos ficava mal pôr em prática as dicas deste livro.
Aqui ficam algumas:
- Faz um café para alguém mais ocupado do que tu
- Aprende uma boa piada (dá sempre jeito)
- Anda de transportes públicos (ora aqui está uma boa piada...)
- Imprime dos dois lados do papel
- Aprende primeiros socorros
- Sorri sempre que atenderes uma chamada (esta a Yara faz, garanto-vos!)
Talvez o livro seja um pouco lamechas, utópico, lírico... e algumas ideias sejam até um pouco tontas (tipo "dá o teu número de telefone a 5 pessoas da tua rua" ou "fala em vez de mandares um e-mail)... Mas a ideia é gira e, como estamos em maré de ano novo, vem a calhar.
(Para os mais cínicos, há sempre a hipótese de fazer tudo ao contrário e tirar daí um grande prazer!) Bom 2008.
PS: A imagem de cima é do livro "Change the world for a fiver", dos mesmos autores. Diz assim: "Talk to older people, They know cool stuff you don't. Talk to younger people, They know cool stuff you don't".
Agora que já engolimos as doze passas da meia-noite e escolhemos 12 desejos bem egocêntricos... acho que não nos ficava mal pôr em prática as dicas deste livro.
Aqui ficam algumas:
- Faz um café para alguém mais ocupado do que tu
- Aprende uma boa piada (dá sempre jeito)
- Anda de transportes públicos (ora aqui está uma boa piada...)
- Imprime dos dois lados do papel
- Aprende primeiros socorros
- Sorri sempre que atenderes uma chamada (esta a Yara faz, garanto-vos!)
Talvez o livro seja um pouco lamechas, utópico, lírico... e algumas ideias sejam até um pouco tontas (tipo "dá o teu número de telefone a 5 pessoas da tua rua" ou "fala em vez de mandares um e-mail)... Mas a ideia é gira e, como estamos em maré de ano novo, vem a calhar.
(Para os mais cínicos, há sempre a hipótese de fazer tudo ao contrário e tirar daí um grande prazer!) Bom 2008.
PS: A imagem de cima é do livro "Change the world for a fiver", dos mesmos autores. Diz assim: "Talk to older people, They know cool stuff you don't. Talk to younger people, They know cool stuff you don't".
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Agenda 2008
Ora bem... para Cebolais de Cima tem de ir pela estrada de Sarilhos Grandes, passa por Monte dos Borrachões, a seguir desce para Vale de Azares, corta para Praia dos Tesos, junto à igreja vira à direita para Barba Torta, segue mais um ou dois quilómetros até chegar a Monte Preguiça e aí é melhor perguntar outra vez, porque eu já não tenho a certeza se é melhor ir por Nariz e Relva da Louça ou se pela estrada antiga que passa por Chaminés das Cabeças e Vale da Pinta...
Para o ano que agora se inaugura, propomo-vos uma viagem divertida pela toponímia portuguesa.