sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Exageros


Lembram-se de andarmos à procura de hipérboles? Pois. Como muitos devem ter desconfiado, o objectivo era fazermos uma agenda para o ano que aí vem (para os mais distraídos: o ano é 2009 — a década quase a acabar).

Antes de mais, temos de agradecer aos leitores que participaram — foram muitos e bons.
O resultado está quase, quase pronto (estamos à espera que chegue da gráfica a qualquer momento).
A agenda chama-se "O Mundo é que Exagera" porque é verdade e as verdades são para ser ditas (já tivémos uma agenda que se chamava "Este Mundo é uma Bola", o que também é verdade).

Ora então, vamos lá fazer um joguinho:
Quem é que adivinha a que hipérbole pertence cada uma destas imagens?

Os leitores (mais rápidos que uma seta) ganham uma agenda novinha em folha.




Nota: pode ser muito (exageradamente) difícil mas vale a pena tentar.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Os chefs têm ido às escolas




Começou esta semana o projecto "O chef vai à escola", uma ideia da Câmara de Cascais para dar a provar às crianças do concelho os sabores de uma refeição saudável e gourmet.
Durante as próximas semanas, uma mão cheia de chefs vai passar pelas cozinhas das escolas do 1.º Ciclo e preparar, com a ajuda preciosa das cozinheiras habituais, uma refeição diferente.
Augusto Gemelli esteve na terça-feira na escola n.º 2 de Cascais a preparar, entre outras iguarias, sopa de grão com cenouras caramelizadas e um delicioso risotto com banana e espuma de canela; hoje, foi a vez de Vítor Sobral vir até Carcavelos dar a conhecer um peixe com puré em cama de espinafres.





Ao longo da manhã as crianças vieram até à cozinha espreitar os preparativos, perguntar os nomes das ervas aromáticas, pedir autógrafos e até fazer as perguntas da praxe que se fazem a um cozinheiro (qual é o seu prato preferido? gosta mais de doces ou salgados? porque é que decidiu ser cozinheiro?).
Vítor Sobral foi explicando algumas regras da alimentação saudável e falando também da responsabilidade das crianças em preservar os sabores portugueses para as gerações vindouras.

O Planeta Tangerina foi convidado a participar na construção de um pequeno livro que vai, mais tarde, ser distribuído às famílias. Neste livro vão constar todas as receitas confeccionadas pelos nove chefs convidados e algumas sugestões para refeições mais saudáveis e saborosas.

Estamos entusiasmados com a ideia (e com as mãos ainda a cheirar a hortelã...).

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Bichos à solta


Já está na rua "As Charadas da Bicharada" com textos de Alice Vieira (e ilustrações de Madalena Matoso-que-por-acaso-sou-eu).

É um livro de adivinhas em que os animais-resposta andam escondidos pelas páginas.
Aqui ficam alguns desenhos para os tentarem descobrir.







BD da (e na) Amadora

Começou este fim-de-semana e prolonga-se até 9 de Novembro, mais uma edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA).
"Tecnologia e Ficção Científica" é o tema deste ano, a inspirar espaços, exposições e ateliers. Como sempre, haverá também sessões de autógrafos, ateliers para crianças e prémios, muitos prémios.
O Planeta Tangerina (na pessoa dos seus ilustres ilustradores residentes) é candidato na categoria "Melhor Álbum Infantil Ilustrado", com os títulos "O Mundo num Segundo", "O Meu Vizinho é um Cão" e "A Grande Invasão".
Não está mau, não está mau...

Tudo o que é preciso saber sobre o 19.º FIBDA (horários, transportes, etc) no site oficial, aqui.

Letra Pequena aqui mesmo ao lado

Depois de vários anos em papel, a secção do Público onde se apresentam livros para os mais novos, chega finalmente à blogosfera.

Letra Pequena continua a ser da responsabilidade de Rita Pimenta, a jornalista do Público que se mantém atenta ao que de mais novo se vai editando em Portugal nesta área.
No blogue, para além de notícias do mundo dos livros e das leituras, é possível escutar alguns livros pela voz dos seus autores.

Letra Pequena online mora aqui.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Memória e os Livros


Os encontros Luso-Galaicos-Franceses do Livro Infantil e Juvenil vão acontecer nos dias 14 e 15 de Novembro na Biblioteca Municipal Almeida Garrett (Porto) e vão ter como tema de fundo a Memória.

As inscrições podem ser feitas pelo telefone 226 081 000 ou pelo e-mail: bib.agarrett@cm-porto.pt.

A imagem é do inconfundível Gémeo Luís e é linda, como sempre.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Nós não faríamos melhor


Bolas, às vezes o mundo ultrapassa-nos cá de uma maneira...
Dizia eu que a música dos "Palavra Cantada" dava um belo livro, e afinal o livro já existe e ainda por cima é muito, mesmo muito giro.
Editado pela irrepreensível Cosac Naify e ilustrado por Andrés Sandoval (de quem já aqui falámos há tempos), "Ora bolas" faz parte da colecção Siricutico que publica livros-CD com histórias que são também canções ilustradas.
Depois deste, vou já tentar descobrir os outros (há mais 3), todos eles resultado de uma parceria entre os Palavra Cantada e a Cosac.

Aqui uma entrevista com os músicos e autores das letras (Sandra Peres e Paulo Tatit).
Aqui mais ilustrações de Andrés Sandoval para este livro (lindas).
E aqui mais alguns detalhes da editora sobre o livro.



Não se esqueçam de ouvir a música no post aqui em baixo.
Que bela surpresa...

Há canções que davam um belo livro...

Esta é uma delas!

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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Tum Tum Tum Tum


Depois do Chiado, é a vez do Barreiro receber uma exposição de ilustrações do "Coração de Mãe".

A inauguração é este Sábado (dia 18 de Outubro), às 17h00 no já famoso Auditório Augusto Cabrita.
Estão todos convidados! 

Teias (sem ser de aranha)

Como aprendem as crianças nas grandes cidades?
Como aprendem não apenas em contexto escolar, mas em todos os lugares por onde passam: bibliotecas, museus, teatros, jardins e também com os pais, os avós, os amigos...?

Elisabete Xavier Gomes, investigadora na Unidade de Investigação Educação e Desenvolvimento da Universidade Nova de Lisboa, foi à procura de respostas.
Para as encontrar tem acompanhado um grupo de crianças do 1.º Ciclo, de uma escola pública da cidade de Lisboa, com as quais tem seguido as pistas para um melhor conhecimento sobre os processos de aprendizagem nas cidades contemporâneas.

Tal como em outras investigações recentes, no projecto "Teias" são as crianças que reflectem sobre as suas próprias vivências, sendo os seus pontos de vista a matéria central de onde se retiram conclusões para a investigação.

Elisabete tem utilizado várias ferramentas para conhecer melhor estas crianças, não só inquéritos, mas uma grande diversidade de materiais que as podem ajudar a reflectir.
O livro "Quando eu Nasci" foi uma das ferramentas já usadas, tendo servido para dar o pontapé de saída a muitos textos e desenhos engraçados. Aqui ficam alguns exemplos:

"Uma vida nova: aprendi muitas coisas naquela vida nova que é viver no "mundo de fora". A mais importante para mim foi aprender a falar. Desde então emprego as palavras tão bem que o meu pai diz que as emprego melhor que alguns jornalistas do jornal que ele lê."

"Quando eu nasci e vim para Portugal não sabia uma palavra. Quando eu nasci a minha mãe ensinou-me primeiro a pedir água e a pedir para ir à casa de banho. Quando eu nasci e saí da barriga da minha mãe estava a descobrir um mundo novo."


"Quando eu nasci a primeira palavra foi não, mais propriamente nhão."

"O que eu gostei mais de aprender quando era pequeno foi inglês: Orange, yellow, what's your name?"

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Ainda o Brincador...

Aqui fica o texto (para os infelizes, como eu, que não têm colunas no computador):

"Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor.
Não quero trabalhar de manhã à noite, seja no que for.
Quero brincar de manhã à noite, seja com o que for.
Quando for grande, quero ser um brincador.
Ficam, portanto, a saber: não vou para a escola aprender a ser um médico, um engenheiro ou um professor.
Tenho mais em que pensar e muito mais que fazer. Tenho tanto que brincar, como brinca um brincador, muito mais o que sonhar, como sonha um sonhador, e também que imaginar, como imagina um imaginador... A minha mãe diz que não pode ser, que não é profissão de gente crescida.
E depois acrescenta, a suspirar: "é assim a vida".
Custa tanto a acreditar. Pessoas que são capazes, que um dia também foram raparigas e rapazes, mas já não podem brincar.
A vida é assim? Não para mim. Quando for grande, quero ser um brincador.
Brincar e crescer, crescer e brincar, até a morte vir bater à minha porta.
Depois também, sardanisca verde que continua a rabiar mesmo depois de morta.
Na minha sepultura, vão escrever: Aqui jaz um brincador."

Álvaro Magalhães

O Brincador

Lembram-se de vos ter falado do poema "O Brincador", de Álvaro Magalhães, que ouvi durante as últimas Andarilhas?
Pois bem, havia alguém na sala a gravar o momento e o ficheiro audio caiu-me do céu...
Aqui fica ele, pela voz de Cristina Taquelim.

Vamos ver se resulta...


Obrigada à Sandy pelo precioso ficheiro.

No Chiado, à tardinha, às vezes...


"Coração de Mãe", Ilustrações: Bernardo Carvalho, Planeta Tangerina 2007

Nós ainda não a vimos porque estamos aqui fechados, nestes tristes subúrbios, a trabalhar feitos escravos (como diz o Bernardo). Mas, diz quem viu, que a coisa é grandiosa... Que por todo o átrio central dos Armazéns do Chiado há ilustrações em grande formato do livro "Coração de Mãe"... e que só é pena não se encontrar o livro à venda ali por perto.
Já fizemos os nossos telefonemas a alertar o distribuidor e, em princípio, a Fnac do Chiado, a Bertrand uns metros acima e a loja Fábrica da Benetton (continuando a subir) já têm o stock renovado.
A exposição "Coração de Mãe" é uma iniciativa da Ilustrarte em parceria com o Centro Nacional de Cultura e, pelo que sabemos, vai continuar no Chiado até ao próximo fim-de-semana.
Se alguém passar por lá, não se esqueça de fotografar a obra para mostrar aqui a estes pobres escravos...

Alguém sabe...?

Por acaso alguém sabe (e pode explicar-me como se eu tivesse 5 anos), como é que se põe um ficheiro de som no blogger?
Já tenho aqui uma explicação de uma boa amiga mas, confesso, é longa e com passos a mais para a minha pouca paciência... Se alguém souber de um modo simples e eficaz, agradeço.

(É que tenho aqui um ficheiro em formato WAV com uma preciosidade sonora que queria partilhar e não encontro maneira.)

sábado, 11 de outubro de 2008

Diz Lilliput!

A poucos minutos do fim-de-semana, queria só deixar aqui uma pequeníssima sugestão para a tarde de amanhã: Lilliput, a nova rubrica dedicada à Literatura Infantil da responsabilidade da jornalista Sandy Gageiro, que pode ser ouvida na Antena 2.
Lilliput passa aos sábados, a partir das 17.30 e surge integrada no programa "A Força das Coisas" (de Luís Caetano) que também vale a pena ouvir (a partir das 16.00h).
Por lá já passaram Carla Maia de Almeida (autora do livro "Não quero usar óculos"), Enid Blyton, e este sábado as atenções estarão concentradas em Edward Gorey (eu já fui saber mais sobre a personagem)... Não percam!

PS Para os interessados em ouvir as edições anteriores, os áudios do programa estão disponíveis aqui .

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A Yara em Marvão


A nossa Yara, Yara Kono, uma das contribuidoras deste blog, nossa querida colega e amiga, está a expor os seus trabalhos de ilustração no Centro Cultural de Marvão.
A exposição chama-se "Coligir emoções · Reunir ideias · Coleccionar memórias" e pode ser visitada até ao final do mês de Outubro.

Mais informações, no blog da Yara aqui.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Depois da côdea, passemos ao miolo...(1)





TRAVA-LÍNGUAS, de Dulce de Souza Gonçalves (Recolha) e Madalena Matoso (Ilustração)


Manter o carácter universal e além-fronteiras dos trava-línguas, abrindo as portas à troca de experiências sonoras, é uma das grandes intenções deste livro.
Nele se apresentam um conjunto de trava-línguas nas suas línguas originais — português, espanhol, italiano, francês e inglês — dando-nos a conhecer personagens tão divertidas como a “cabra traga trapos”, o “papa papão” ou os talvez menos soletrados “pauvre petit pêcheur” ou “Paquito que empaca copitas”.

O nível de dificuldade não é homogéneo e, para o final, são deixados os exemplares mais difíceis, especialmente dedicados aos linguarudos (ou seja, aos leitores que já dominam bem estas artes). Veja-se este: “Trentatré trentini entrarono a Trento tutti trentratré troterellando”...

Não se julgue, porém, que este é um livro cheio de desafios impossíveis. Muito pelo contrário...
Para abordar, atacar e dominar todos estes trava-línguas não é preciso ter um sotaque perfeito, nem é sequer obrigatório compreender o que está a ser dito (se assim for, melhor). O que interessa aqui é saborear os sons, sentir os SSS’s, os P’s e os XXXX’s e dar aos leitores a possibilidade de caminhar por paisagens sonoras que não são habitualmente as suas.

Para além da particularidade de ser um livro multilingue, para meninos e crescidos de todas as idades e nações, este é um livro diferente por outra razão: por ser todo ele, de uma ponta à outra, construído com letras.
Através de um alfabeto criado em carimbos especialmente para este livro, as letras unem-se ou separam-se para formar linhas, manchas e figuras, procurando destacar o mundo sonoro trazido pelos trava-línguas aqui apresentados.

Depois da côdea, passemos ao miolo...(2)




UM DIA NA PRAIA, de Bernardo Carvalho

A história começa logo na guarda inicial do livro. Bastam duas cores, duas barras lisas de cor, para nos situarmos no espaço. Depois a acção avança por aí fora, sem tempo ou espaço para “burocracias” (que é como quem diz, para fichas técnicas ou folhas de rosto): há uma história a contar e conta-se; há uma história a nascer e, portanto, há que olhar para ela, como quem assiste a uma cena, sentado no areal da praia.

A personagem vai avançando pela areia e, página e página, acompanhamos os seus gestos, gestos familiares de um dia na praia como qualquer outro.
De súbito algo se agita no mar...

Os dados estão lançados, ficamos suspensos no desfecho, as imagens dão-nos pistas sem nos dizerem tudo: por vezes mostram-nos apenas um detalhe, por vezes vemos até ao infinito. No final, quando o livro termina, também nós desaparecemos no horizonte...

"Um dia na Praia" é um livro de imagens, um livro aberto que convida a múltiplas leituras. Não se destina a leitores jovens ou menos jovens, mas sim a todos aqueles que gostam de ilustração, de uma boa história, de ler, contar e recontar, independentemente da sua idade ou capacidade de leitura.
À sua maneira, todos serão capazes de ler este livro.