Cada edição do Planeta Tangerina é preparada como uma fornada antiga de pão.
Recolhemos o cereal, só quando se encontra maduro.
Trituramos no moinho, em pedra que moa fininho para não passarem cascas e impurezas.
E depois amassamos e voltamos a amassar, de mangas bem arregaçadas (e mãos sempre lavadas).
Não esquecemos o “crescente”, peça fundamental para uma boa fornada. Preparamo-lo de véspera, com um pedaço de massa antiga que depois de bem amassada, é deixada a repousar.
No dia seguinte, bem cedo, juntamos os vários ingredientes: as farinhas, a água, uma pedra de sal aqui e ali, e a benzedura, no final, para que tudo corra bem.
A masseira fica então a repousar em lugar quente, quase sempre junto à lareira, coberta de mantas e outros agasalhos.
Deixamos que o tempo atravesse a massa e que o crescente faça o seu trabalho. Quando borbulha, é sinal que está pronta.
Tendem-se pequenas bolas (ou grandes, conforme a intenção) que se colocam sobre a pá, e leva-se ao forno, que se aqueceu de antemão com lenha de qualidade.
Conforme a quentura, está pronto numa hora ou duas.
Abrimos, então, a porta do forno, tapada com um pouco de massa para que o calor não escape, e recolhemos a pá...
Ainda quentes e fumegantes, abrimos cada exemplar, desfolhando devagar página por página.
São servidos?
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