quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Teias (sem ser de aranha)

Como aprendem as crianças nas grandes cidades?
Como aprendem não apenas em contexto escolar, mas em todos os lugares por onde passam: bibliotecas, museus, teatros, jardins e também com os pais, os avós, os amigos...?

Elisabete Xavier Gomes, investigadora na Unidade de Investigação Educação e Desenvolvimento da Universidade Nova de Lisboa, foi à procura de respostas.
Para as encontrar tem acompanhado um grupo de crianças do 1.º Ciclo, de uma escola pública da cidade de Lisboa, com as quais tem seguido as pistas para um melhor conhecimento sobre os processos de aprendizagem nas cidades contemporâneas.

Tal como em outras investigações recentes, no projecto "Teias" são as crianças que reflectem sobre as suas próprias vivências, sendo os seus pontos de vista a matéria central de onde se retiram conclusões para a investigação.

Elisabete tem utilizado várias ferramentas para conhecer melhor estas crianças, não só inquéritos, mas uma grande diversidade de materiais que as podem ajudar a reflectir.
O livro "Quando eu Nasci" foi uma das ferramentas já usadas, tendo servido para dar o pontapé de saída a muitos textos e desenhos engraçados. Aqui ficam alguns exemplos:

"Uma vida nova: aprendi muitas coisas naquela vida nova que é viver no "mundo de fora". A mais importante para mim foi aprender a falar. Desde então emprego as palavras tão bem que o meu pai diz que as emprego melhor que alguns jornalistas do jornal que ele lê."

"Quando eu nasci e vim para Portugal não sabia uma palavra. Quando eu nasci a minha mãe ensinou-me primeiro a pedir água e a pedir para ir à casa de banho. Quando eu nasci e saí da barriga da minha mãe estava a descobrir um mundo novo."


"Quando eu nasci a primeira palavra foi não, mais propriamente nhão."

"O que eu gostei mais de aprender quando era pequeno foi inglês: Orange, yellow, what's your name?"

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