Os editores de romances têm a vida mais facilitada. Apesar de todo o alvoroço em torno do digital, o processo criativo e a experiência imersiva de leitura permanecem inalterados. Para os editores de livros tipo “álbum ilustrado”, porém, todas as apostas parecem difíceis. Um livro de imagens reproduzido diretamente para e-book empalidece em comparação com a cópia original; e usar um e-book deste tipo para competir com as várias aplicações fantásticas para iPad destinadas às crianças é como atirar tinta e papel para uma luta de edição de vídeo.
A razão pela qual mesmo as adaptações digitais tecnicamente soberbas de um livro de imagens podem falhar e não conseguir entusiasmar-nos tem a ver com o facto de não permitirem as mesmas experiências que os livros de imagem proporcionam.
Embora as crianças muitas vezes leiam estes livros sozinhas, a maioria das experiências de leitura mais intensas resultam de uma atividade partilhada entre pais e filhos. O pai é um ator, atuando para a criança; os dois tornam-se companheiros de equipe enquanto exploram em conjunto as ilustrações. Se existir espaço e vontade, o pai pode usar o texto para explicar ou reforçar um ponto relevante para aquela criança em particular. Ainda antes de uma única palavra ser lida, os pais transmitem a mensagem de que a palavra impressa deve ser respeitada, pela maneira cuidadosa com que pegam e folheiam cada livro.
Mesmo na mão de um pai entusiasmado, a atual safra de e-books raramente proporciona as mesmas experiências. A constantemente apregoada “magia” do iPad rouba a atenção da criança e não há réstia de excitação quando a primeira página digital é virada. O iPad não é um adereço bom para o pai atuar e as ilustrações não concebidas especificamente para um tablet podem não funcionar bem.
A razão pela qual mesmo as adaptações digitais tecnicamente soberbas de um livro de imagens podem falhar e não conseguir entusiasmar-nos tem a ver com o facto de não permitirem as mesmas experiências que os livros de imagem proporcionam.
Embora as crianças muitas vezes leiam estes livros sozinhas, a maioria das experiências de leitura mais intensas resultam de uma atividade partilhada entre pais e filhos. O pai é um ator, atuando para a criança; os dois tornam-se companheiros de equipe enquanto exploram em conjunto as ilustrações. Se existir espaço e vontade, o pai pode usar o texto para explicar ou reforçar um ponto relevante para aquela criança em particular. Ainda antes de uma única palavra ser lida, os pais transmitem a mensagem de que a palavra impressa deve ser respeitada, pela maneira cuidadosa com que pegam e folheiam cada livro.
Mesmo na mão de um pai entusiasmado, a atual safra de e-books raramente proporciona as mesmas experiências. A constantemente apregoada “magia” do iPad rouba a atenção da criança e não há réstia de excitação quando a primeira página digital é virada. O iPad não é um adereço bom para o pai atuar e as ilustrações não concebidas especificamente para um tablet podem não funcionar bem.
Continuar a ler (em inglês) aqui.
Será?
Serão os álbuns ilustrados um território à parte?
Manterão as suas características e uma existência em papel?
Serão substituídos por aplicações interactivas?
Ou álbuns e aplicações coexistirão como produtos diferentes?
O que podem trazer os IPad's e outros tablets ao mundo do álbum ilustrado?
Perder-se-á a experiência imersiva de leitura de que Robin Birtle fala aqui?
Tantas perguntas e tão poucas certezas...
Se os leitores nos quiserem ajudar com as suas opiniões, são muito bem-vindos.
Olá! Só agora ganhei coragem para vos escrever e para vos dizer que sou pai de uma menina encantadora de 7 anos e que sempre que posso (a"disponibilidade" é cada vez menor) adquiro uma das vossas obras de arte que tanto nos entusiasmam e encantam. Isto a propósito da edição digital e para vos dizer que a primeira coisa que eu e ela fazemos com os vossos livros é cheirá-los! Cheiramos cada página à vez para ver qual é que cheira melhor. O papel e a sua rugosidade, a tinta... Cheiramos à vez para ver qual cheira melhor, e assim descobrimos uma obra de arte em conjunto. Não há nem haverá ipad que substitua esta sensação. Obrigado por nos encantarem sempre!
ResponderEliminarNuno Beja
Faço coro ao comentário do Sr. Nuno Beja. Todas as noites costumo ler alguma história para o meu filho de 4 anos, geralmente antes que eu comece escuto um:"Hummmm que cheirinho bom!". Recentemente ganhamos quatro livros do Planeta Tangerina de minha irmã que esteve em Portugal(moramos no Brasil numa ensolarada cidade chamada Fortaleza) e nos deliciamos com o cheiro de todos eles, além da beleza das ilustrações e das histórias, é claro!
ResponderEliminarBem, acho que os albuns digitais tem o seu espaço assegurado, principalmente pela possibilidade de maior interatividade, mas nada, nem de longe que ocupe o lugar dos livros que é muito mais sensorial na minha opinião.
Descobri isto, nem de propósito... http://www.nytimes.com/2011/11/21/business/for-their-children-many-e-book-readers-insist-on-paper.html?_r=1
ResponderEliminarPedro, obrigada pelo link.
ResponderEliminarabraço