quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Silent books in Lampedusa

Até há dez, quinze anos, Lampedusa era uma típica ilha do Mediterrâneo (águas transparentes, praias paradisíacas, turistas... o cliché). Mas, desde o final dos anos 90, quando começaram a chegar os primeiros barcos apinhados de emigrantes do norte de África, o sossego dos turistas foi perturbado para dar lugar a uma crise humanitária em pleno território europeu.
A maioria dos emigrantes que chegam à ilha são homens jovens, na casa dos 20 e 30 anos, que atravessam o mediterrâneo de barco, desde a Líbia ou da Tunísia, mas há também muitas mulheres e crianças. As condições em que viajam e são depois recebidos pelas autoridades europeias são conhecidas de todos e polémicas q.b.

O IBBY de Itália teve uma boa ideia — claro que é uma gota de água no meio do problema mas, quem sabe, pode fazer a diferença: criar uma biblioteca em Lampedusa para as crianças da ilha e para todas as que vão chegando (em Lampedusa não existe nenhuma biblioteca).

Esta biblioteca terá a particularidade de alojar uma coleção de livros ilustrados sem palavras, escolhidos entre os melhores publicados em todo o mundo. Uma coleção dinâmica que vai expandir-se em cada dois anos, já que o IBBY vai organizar uma espécie de concurso para selecionar livros novos com regularidade e, assim, manter a biblioteca viva.

Porquê livros sem palavras em Lampedusa? Porque na ilha há crianças de muitas nacionalidades e estes livros podem ser capazes de ultrapassar as diferenças linguísticas (e talvez muitas outras).

Apostamos que vão lá estar todos estes e muitos outros igualmente fantásticos:



Zoom, de Istvan Banyai



Migrando, de Mariana Chiesa Mateos (publicado em em Portugal pela Orfeu Mini)



O ladrão de galinhas, de Béatrice Rodriguez  (publicado em em Portugal pela Bags of Books)



Emigrantes, de Shaun Tan  (publicado em Portugal pela Kalandraka)



Le monde à l'envers, de Atak (na edição francesa da Thierry Magnier)



Robinson Crusoe, de Ajubel (Media Vaca)


(os livros sem palavras do Planeta Tangerina também já seguiram para Itália).

Mais informações sobre o projeto aqui e aqui (uma apresentação que mostra o sítio exato onde vai nascer a biblioteca).

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