O texto é de Roberto Almeida.
(...)
A jornada de Edgar é intensa e exige do leitor. O texto em primeira pessoa, em fluxo de consciência, foi construído com bastante esmero entre repetições, confusões e distorções cronológicas. A relação com o avô entra em xeque, assim como a relação com os amigos, com os pais e com um primeiro amor. Ou seja, nos campos mais importantes da vida, Edgar está em ebulição e uma explosão é iminente. Vive o presente entre a primeira morte e o primeiro beijo.
Supergigante traz um subtexto magnífico de temporalidade.
Ana joga com a noção de presente, passado e futuro em paralelo com construções
de identidade do personagem principal, que gosta de contar histórias começando
pelo fim. O garoto tropeça entre viver o passado, entender o presente e
escolher um futuro de acordo com a maneira que se enxerga e se posiciona no
mundo. Com a palavra, o próprio Edgar:
“Não sei se estou a fugir de alguém ou se vou atrás de
alguma coisa. É como se tivesse chegado atrasado à minha própria história e se
calhar foi mesmo assim.”
Sem comentários:
Enviar um comentário