Diz quem sabe que o mercado chinês de livros infantis é ainda muito tradicional. Que as mães lêem aos filhos os livros, quase sempre antigos e com fortes mensagens educativas, da sua infância, e que às livrarias chinesas chegam apenas os títulos estrangeiros que trazem já grandes prémios colados na capa. Mas algumas editoras começam a abrir exceções. E a editora de Pequim que decidiu editar quatro livros do Planeta Tangerina de uma só vez foi corajosa. Porque apesar de alguns destes livros trazerem prémios internacionais ("A Ilha", por exemplo, traz um selo Opera prima da Feira de Bolonha), não deixam, todos eles, de ser livros mais alternativos, com ilustrações menos convencionais e textos que nem sempre começam com "Era uma vez" ou apresentam morais muito evidentes.
O editor chinês responsável pela escolha deste catálogo acredita que os "novos" pais chineses têm hoje uma atitude diferente em relação aos filhos e procuram estar a par do que se faz de novo, mas tem noção do risco que corre (e por isso é tão corajoso).
Pode ser que seja apenas uma questão de moda ou de tendência de consumo, pode ser que não... Por aqui, ficamos a torcer para que os leitores chineses gostem de sentir esta diferença e se deixem transformar por ela. Só assim será possível a esta e outras editoras continuar a abrir caminhos novos na edição para a infância.
Não sei como se diz "boa sorte" em chinês, mas se soubesse era isso que lhes diria.
Ao contrário dos livros do Planeta Tangerina, que fazemos questão de imprimir sempre em gráficas portuguesas, estes são mesmo made in China.
"Consumo"... que palavra terrível neste contexto. :(
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