domingo, 28 de dezembro de 2008
Leo Lionni
Quase podia ser uma história de Natal a de Tico, o pássaro sem asas. Leo Lionni conta-a neste lindíssimo "Tico and the Golden Wings", que reencontrei agora no Books by its Cover.
A história é mais ou menos esta:
"O sonho de Tico é ter um par de asas douradas que o levem longe, até ao cimo das montanhas. Mas no dia em que consegue o que tanto quer, Tico passa a voar sozinho, ignorado pelos amigos.
Nos seus voos solitários, começa então a ajudar as pessoas com quem se cruza, oferecendo, uma por uma, as suas penas de ouro: sempre que oferece uma pena, nasce no seu lugar uma pena escura. E é assim que, um dia, as asas de Tico deixam de ser douradas, para se tornarem negras como tinta da china, iguais às de tantos outros pássaros."
Leo Lionni escreveu e ilustrou esta história em 1964. Provavelmente fê-lo na sua quinta toscana, onde passava a Primavera e o Verão, para regressar a Nova Iorque nos meses mais frios. Era aí, em Itália, rodeado de campo, lagartixas, ratos e sapos que encontrava inspiração para as suas histórias, quase sempre fábulas, escritas e ilustradas de forma exemplar.
Uma das minhas preferidas é a do rato Frederico, editada em Portugal pela Kalandraka e que, pensando bem, tem qualquer coisa de autobiográfico do autor: Frederico é um rato, mas ao contrário dos outros ratos que aproveitam o Verão para recolher alimento para o Inverno, este herói aproveita os dias quentes para armazenar histórias e poesia, com que nos meses frios irá encher os serões dos outros ratos, seus companheiros.
Nascido em 1910, em Amesterdão, Leo Lionni publicou o seu primeiro livro "para crianças" apenas em 1959. Antes de se dedicar à escrita e ilustração, foi professor e director de arte de algumas das maiores agências publicitárias americanas. Influenciado pelos artistas da sua época, foi o primeiro ilustrador a trabalhar para crianças que usou a técnica de colagem nos seus trabalhos (inclusive antes do talvez mais conhecido Eric Carle que, algum tempo depois e encorajado pelo mestre, seguiu as suas pisadas). Leo Lionni defendia a ideia de que os livros para crianças devem ser graficamente ousados e mostrar aos mais novos o que de mais contemporâneo acontece à sua volta. Apesar de ter começado relativamente tarde a sua carreira nesta área, ganhou quatro vezes a medalha Caldecott (e não é de admirar).
Os seus livros são, para mim, verdadeiras pérolas: simples, poéticos, bonitos... o que mais podemos querer?
Na Random House, informação mais completa sobre o artista (vale a pena ler aqui um depoimento seu em resposta à pergunta "onde vai buscar as suas ideias?")
E no site da kalandraka, os livros de Lionni editados em português.
Quase me esquecia: em nome do Planeta Tangerina, boas festas, bom 2009!
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
ANORAK, the happy mag for kids
Durante alguns anos o Planeta Tangerina fez uma revista semanal para crianças. Lá dentro trazia jogos, bandas-desenhadas, histórias, passatempos etc, e era inteiramente escrita e desenhada pela equipa da casa.
Com algumas condicionantes, mas ainda assim com alguma liberdade, pensávamos a revista de uma ponta à outra, decidindo temas e secções, construindo jogos, inovando graficamente sempre que possível.
Foi um projecto que nos marcou por todas as razões que possam imaginar (e mais algumas) e, sobretudo, foi um projecto que nos fez sonhar com outros projectos.
Tudo isto para vos falar da Anorak, uma revista inglesa que sai quatro vezes por ano e que recebo agora em minha casa (oferta da "tia" Madalena para o sobrinho Simão).
A Anorak traz tudo o que uma revista para esta faixa etária costuma trazer (jogos, histórias, natureza, tecnologia etc), com a diferença (abismal) de ser escrita e ilustrada por artistas da actualidade.
O resultado não podia ser mais surpreendente. Sobretudo a nível gráfico, a Anorak rompe radicalmente com tudo o que existe para crianças nesta área. Mas não só as ilustrações e lettering surpreendem. Os próprios temas e personagens das histórias são muitas vezes mais bizarros do que conseguiríamos imaginar: a banda-desenhada, por exemplo, é uma espécie de fotonovela, com bonecos de peluche reais fotografados em situações surreais...
A Anorak chega por correio quatro vezes por ano (sai um número por cada estação). Sempro que a folheio, lembro-me da nossa revista antiga e fico cheia de saudades de fazer uma (outra) revista...
Se ainda têm um sobrinho ou afilhado sem presente, vejam aqui como fazer uma assinatura. Vale a pena.
Com algumas condicionantes, mas ainda assim com alguma liberdade, pensávamos a revista de uma ponta à outra, decidindo temas e secções, construindo jogos, inovando graficamente sempre que possível.
Foi um projecto que nos marcou por todas as razões que possam imaginar (e mais algumas) e, sobretudo, foi um projecto que nos fez sonhar com outros projectos.
Tudo isto para vos falar da Anorak, uma revista inglesa que sai quatro vezes por ano e que recebo agora em minha casa (oferta da "tia" Madalena para o sobrinho Simão).
A Anorak traz tudo o que uma revista para esta faixa etária costuma trazer (jogos, histórias, natureza, tecnologia etc), com a diferença (abismal) de ser escrita e ilustrada por artistas da actualidade.
O resultado não podia ser mais surpreendente. Sobretudo a nível gráfico, a Anorak rompe radicalmente com tudo o que existe para crianças nesta área. Mas não só as ilustrações e lettering surpreendem. Os próprios temas e personagens das histórias são muitas vezes mais bizarros do que conseguiríamos imaginar: a banda-desenhada, por exemplo, é uma espécie de fotonovela, com bonecos de peluche reais fotografados em situações surreais...
A Anorak chega por correio quatro vezes por ano (sai um número por cada estação). Sempro que a folheio, lembro-me da nossa revista antiga e fico cheia de saudades de fazer uma (outra) revista...
Se ainda têm um sobrinho ou afilhado sem presente, vejam aqui como fazer uma assinatura. Vale a pena.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Agasalhem-se...
Dizem-nos para levar gorro, cachecol, casaco de Inverno, sete pares de meias, meias calças (que é como no norte chamam, e bem, aos collants), luvas, mantinha, uma caneca de barro, um pau para a fogueira...
A "lista de material" soa bem, não soa?
Eu gostava imenso de lá estar, no próximo sábado, à noitinha, a ouvir as histórias da Mafalda, da Elsa e do Pedro que organizam no seu "Bichinho do Conto" mais um serão "Contos ao Frio".
Aqui tudo o que é preciso saber para não faltar à chamada.
Eu vou faltar e tenho pena...
A "lista de material" soa bem, não soa?
Eu gostava imenso de lá estar, no próximo sábado, à noitinha, a ouvir as histórias da Mafalda, da Elsa e do Pedro que organizam no seu "Bichinho do Conto" mais um serão "Contos ao Frio".
Aqui tudo o que é preciso saber para não faltar à chamada.
Eu vou faltar e tenho pena...
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
O novelo
As ilustrações são de Francizka Themerson, uma artista, ilustradora, realizadora e editora polaca que era casada com Stefan Themerson, um poeta, escritor, realizador e editor polaco. Aqui pode-se passear pelo arquivo dos Themerson e saber mais sobre a Gaberbocchus Press, a editora que fundaram em 1948.
No Design Observer pode-se folhear um alfabeto filosófico ilustrado por Franciszca Themerson: "The Good Citizen´s Alphabet".
O novelo não acaba (e eu a sentir-me cada vez mais foolish).
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Do arco da velha
Afinal o homem do livro "Um dia na Praia" (aquele que recolhe lixo do mar para construir um barco) existe mesmo. O Bernardo não o conhecia, mas ele andava por aí...
Dizem que as personagens dos livros podem saltar cá para fora, mas neste caso foi ao contrário: um homem saltou de uma praia algarvia para dentro de um livro do Planeta Tangerina.
Este fim-de-semana, numa qualquer livraria, o homem abriu o livro, e viu-se lá dentro, retratado nas páginas. Como dizem os brasileiros: ganhou um susto. A coincidência quase o esmagou. E apressou-se a vir contar-nos o que lhe tinha acontecido (a ele e a nós).
Então foi assim:
No Verão de 2007, António Caló passou 15 dias na praia de Manta Rota, em Tavira. Dedicou-os a recolher lixo do mar e das dunas e a construir uma grande instalação, a que chamou "Uma Grande Máquina a Vapor", sem se decidir se seria um barco ou um comboio. Conta-nos António Caló (no mail que nos enviou esta semana) que ficou estupefacto com a coincidência. E para nos provar que não estava a exagerar mandou-nos quase uma centena de fotografias para que nos juntássemos a ele neste espanto.
Já nos juntámos...
Porque se repararem está lá tudo: as garrafas, o chapéu de sol, o fio que puxa a embarcação, tudo.
Obrigada ao António, muitos parabéns pelo seu trabalho.
Esperamos que a viagem tenha sido boa (porque agora já temos a certeza que, para além do barco, também houve viagem). Podia lá ser de outra maneira...
Dizem que as personagens dos livros podem saltar cá para fora, mas neste caso foi ao contrário: um homem saltou de uma praia algarvia para dentro de um livro do Planeta Tangerina.
Este fim-de-semana, numa qualquer livraria, o homem abriu o livro, e viu-se lá dentro, retratado nas páginas. Como dizem os brasileiros: ganhou um susto. A coincidência quase o esmagou. E apressou-se a vir contar-nos o que lhe tinha acontecido (a ele e a nós).
Então foi assim:
No Verão de 2007, António Caló passou 15 dias na praia de Manta Rota, em Tavira. Dedicou-os a recolher lixo do mar e das dunas e a construir uma grande instalação, a que chamou "Uma Grande Máquina a Vapor", sem se decidir se seria um barco ou um comboio. Conta-nos António Caló (no mail que nos enviou esta semana) que ficou estupefacto com a coincidência. E para nos provar que não estava a exagerar mandou-nos quase uma centena de fotografias para que nos juntássemos a ele neste espanto.
Já nos juntámos...
Porque se repararem está lá tudo: as garrafas, o chapéu de sol, o fio que puxa a embarcação, tudo.
Obrigada ao António, muitos parabéns pelo seu trabalho.
Esperamos que a viagem tenha sido boa (porque agora já temos a certeza que, para além do barco, também houve viagem). Podia lá ser de outra maneira...
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Aniversário
"Lá abalaram juntos. Mas onde quer que eles vão e o que quer que lhes aconteça no caminho, naquele Lugar Encantado no cimo da Floresta, ficarão para sempre a brincar um rapazinho e o seu Urso."
(Puff e os Seus Amigos, A. A. Milne, tradução de Manuel Grangeio Crespo)
E. H. Shepard (o ilustrador de Winnie the Pooh e do Vento nos Salgueiros) nasceu a 10 de Dezembro de 1879 (contas feitas, foi precisamente há 129 anos).
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Não gosto de pregos
Ao Ciberdúvidas, ao meu prontuário azul turqueza e ao Carlos Babo (o revisor oficial do Planeta Tangerina), junto agora este Português Exacto da Porto Editora.
Os livros novos já estão na loja
Só mais um recado: os livros novos também já estão disponíveis na loja online do Planeta Tangerina. Aqui.
Propostas do Planeta Tangerina
Já podem ser consultadas no site as propostas de exploração a partir dos novos livros do Planeta Tangerina (Um Dia na Praia, Trava-línguas, És Mesmo Tu?).
Destinam-se a pais, educadores, bibliotecários, professores e respectivas crianças e, tal como já dissemos antes, não são um guia de leitura (nem nada que se pareça). São apenas alguns dos muitos caminhos possíveis para explorar estes livros.
Sintam-se, pois, à vontade, para ignorar estas ideias e descobrir os livros à vossa maneira.
Para os interessados: os PDF's podem ser descarregados aqui.
Destinam-se a pais, educadores, bibliotecários, professores e respectivas crianças e, tal como já dissemos antes, não são um guia de leitura (nem nada que se pareça). São apenas alguns dos muitos caminhos possíveis para explorar estes livros.
Sintam-se, pois, à vontade, para ignorar estas ideias e descobrir os livros à vossa maneira.
Para os interessados: os PDF's podem ser descarregados aqui.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Uma festa e um botão
Os botões, não digam que não, são coisas mágicas, varinhas de condão dos tempos modernos. Carrega-se neles com um dedo e acontecem coisas, à nossa volta ou a milhares de quilómetros de distância.
Ontem, por causa de um simples botão (que eu não vi mas imagino encarnado, da cor das sirenes das ambulâncias), íamos tendo uma festa às escuras.
A minutos do lançamento começar, o gerador que ilumina a Fábrica do Braço de Prata deixou de funcionar. E, como a noite já caía a pique quando se deu a avaria, foi em plena escuridão que recebemos os convidados.
Mas é nestas alturas (de crise, quase pânico) que se vê a fibra das pessoas... E os nossos convidados mostraram, de facto, ser especiais de corrida (simpáticos, educados, do melhor que pode haver...): deambularam pelas salas sem tropeçar, cumprimentaram silhuetas sem dar parte de fracos e nunca, mesmo nunca, mostraram sinais de impaciência.
Quando resolvemos começar a festa (às escuras, que remédio), fez-se luz na fábrica. Com um toque num simples botão (que estava ali desde sempre), a Sala Prado Coelho iluminou-se... e a festa começou.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Traz um amigo também
No mesmo dia (e à mesma hora) em que a Caminho lança "A Viagem do Elefante", de José Saramago... e em que Rui Zink e António Jorge Gonçalves lançam o seu novo livro a favor da Abraço...
(música de suspense)
...o Planeta Tangerina faz também o seu lançamento, mais uma vez triplo (gostamos de acrobacias).
Estão todos, mesmo todos, convidados para a festa, na próxima 4.ª feira, às 18.30, na livraria Ler Devagar da Fábrica de Braço de Prata.
Para quem não gosta de se sentir "pendura", aqui fica o convite oficial:
(música de suspense)
...o Planeta Tangerina faz também o seu lançamento, mais uma vez triplo (gostamos de acrobacias).
Estão todos, mesmo todos, convidados para a festa, na próxima 4.ª feira, às 18.30, na livraria Ler Devagar da Fábrica de Braço de Prata.
Para quem não gosta de se sentir "pendura", aqui fica o convite oficial:
De qualquer modo, fiquem sabendo que não pedimos convites à entrada e que todos são bem-vindos...
Apareçam, vamos gostar de vos ver!
(Quem não sabe o caminho, encontra aqui todas as indicações)
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Palavra de Trapos
Nos próximos dias 15 e 16 de Dezembro todos os caminhos (ou pelo menos alguns) vão dar à Fundação Gulbenkian onde vai ter lugar a conferência sobre Literatura Infantil "Palavra de Trapos: As Línguas que os Livros Falam".
O programa parece interessante e pode ser consultado aqui.
A entrada é livre e, pelo que percebi, dispensa inscrições.
O programa parece interessante e pode ser consultado aqui.
A entrada é livre e, pelo que percebi, dispensa inscrições.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Sexta-feira em Figueiró
Na sexta-feira fomos até Figueiró dos Vinhos.
O convite partiu da Natália, da livraria “K de Livro”, de Pombal, que tem organizado algumas feiras do livro em escolas da região.
A Natália explicou-nos que estas feiras são uma forma de dar a conhecer livros menos óbvios aos pequenos leitores, de levar às escolas (sempre que é possível) alguns autores e ilustradores e, obviamente, de dar algum fôlego à sua empenhada livraria.
Por vezes é preciso ir até onde os “potenciais clientes” estão e a Natália desdobra-se em iniciativas para manter vivo o seu espaço, mesmo que, para isso, tenha que o deslocar para outras terras. Parabéns à Natália pelo trabalho que faz.
Foi só quando saímos da auto-estrada e seguimos por uma estrada menos previsível é que vimos o Outono no seu melhor: árvores completamente amarelas, vinhas a chegar ao encarnado, diospiros quase maduros entre folhas cor-de-laranja.
É preciso sair da cidade para ver tudo isto… ó se é.
Os meninos 1.º Ciclo já estavam à nossa espera com o “Trava-línguas” debaixo da língua e, depois de ouvirmos, devagarinho e soletrado, o “Podador que poda parras” em versão espanhola (os meninos de Figueiró dos Vinhos não sabiam bem o que era uma “parra” mas depois lá se fez luz), passámos à parte prática.
Os carimbos da Madalena foram usados, primeiro a medo, depois sem qualquer cerimónia. E sem cerimónia, mais solta, a arte sai mais bonita.
À tarde, aos alunos do 2.º Ciclo, fizemos uma proposta diferente inspirada num outro livro cá da casa: “Pensem num segundo, um segundo maravilhoso e ofereçam-no a um colega”.
Os nomes e moradas foram escritos em papelinhos e tirados à sorte.
Depois, houve quem oferecesse um golo espectacular a um amigo, um momento romântico com uma rapariga... ou um segundo mais cómico e disparatado.
Os postais seguem esta semana pelo correio e vão, com certeza, surpreender os destinatários.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
O Livro do Professor
A casa era em cima, a escola em baixo.
Bastava ao professor descer as escadas para estar junto dos seus meninos.
Entretanto, a escola mudou de lugar, o professor morreu, passaram muitos anos e a casa envelheceu.
Ficaram os quartos, cada um pintado de sua cor, e alguns vestígios da passagem do professor por aquele lugar.
Perto dos móveis, das loiças e panelas, dos colchões de palha e de uma pequena caixa de brinquedos, ficou este livro: um livro grande, com páginas grossas, por onde o professor daria as suas lições: “Hoje aventuramo-nos na letra v. Vamos a isso?”
Imagino que o livro fosse colocado sobre um suporte de madeira, onde seria folheado, para trás e para a frente, à medida que os alunos avançavam (para avançar também se recua, claro está).
“Leia aqui, menina Adélia”, “Leia aqui, menino João”.
Em 1939, eram assim os manuais, a preto e branco, ilustrados a traço fino, sem fotografias, links para a internet, acetatos e CD's de apoio ao professor.
Esta “Luz da Infância” saiu de um canto escuro e voltou a ver o sol. Foi uma sorte porque por pouco a humidade não lhe comia as páginas...
Vejam só como é bonito.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Titan
É um concurso internacional de ilustração organizado pela ESAD.
Regras: os trabalhos devem ser dos últimos 5 anos e as candidaturas têm de ser entregues até 23 de Janeiro.
Categorias:
Read, Imagine, Inform, Celebrate, Surf, Promote, Send, Listen.
(lembrei-me agora de um pormenor que não interessa nada: os prémios são muito jeitosos)
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Afinal eram três
Lembram-se do tempo em que não existiam ecografias?
Nesse tempo (não tão longínquo assim) havia palpites, mas poucas certezas não só sobre o sexo do bebé, mas também sobre o número de filhos que lá vinham.
Muitas vezes era só no dia do parto que os pais recebiam a notícia de que afinal não seria um, mas dois, os bebés que os esperavam...
A nós aconteceu-nos uma coisa deste género. Já tinham nascido dois. A mãe já suspirava de alívio, o médico até já se preparava para deixar a casa quando a barriga deu sinal de que mais alguém se mexia lá dentro. E mexia-se porque queria nascer, o que haveria de ser?
Este “És mesmo tu?” ainda é gémeo dos outros dois — “Um Dia na Praia” (o livro sem letras) e “Trava-línguas” (o livro feito só com letras). É o gémeo mais novo, o que veio quando já ninguém esperava, mas faz parte do trio.
Os pais reagiram como seria normal numa situação semelhante: abriram muito os olhos, por um segundo deitaram mãos à cabeça, mas depois ficaram contentes. Muito contentes, claro.
Nesse tempo (não tão longínquo assim) havia palpites, mas poucas certezas não só sobre o sexo do bebé, mas também sobre o número de filhos que lá vinham.
Muitas vezes era só no dia do parto que os pais recebiam a notícia de que afinal não seria um, mas dois, os bebés que os esperavam...
A nós aconteceu-nos uma coisa deste género. Já tinham nascido dois. A mãe já suspirava de alívio, o médico até já se preparava para deixar a casa quando a barriga deu sinal de que mais alguém se mexia lá dentro. E mexia-se porque queria nascer, o que haveria de ser?
Este “És mesmo tu?” ainda é gémeo dos outros dois — “Um Dia na Praia” (o livro sem letras) e “Trava-línguas” (o livro feito só com letras). É o gémeo mais novo, o que veio quando já ninguém esperava, mas faz parte do trio.
Os pais reagiram como seria normal numa situação semelhante: abriram muito os olhos, por um segundo deitaram mãos à cabeça, mas depois ficaram contentes. Muito contentes, claro.
A caminho
Neste momento devem estar a ser carregados pelo João e pelo Bernardo (ou bem empilhados no porta-bagagens, a fazer o caminho entre a gráfica e a cave da Rita).
Daqui a pouco vamos estar todos escada-acima-escada-abaixo a trazer os pacotes de 10 que não ficaram na cave da Rita (nunca mais arranjamos um monta-cargas para nos ajudar).
É a última novidade do ano, está quase, quase, a chegar.
E começa assim:
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Cadeirão Voltaire com nova morada
Sara Figueiredo Costa está de volta com o seu Cadeirão Voltaire.
Depois de uma pausa forçada (devida a problemas misteriosos com o blogger), o Cadeirão e respectiva estante de livros regressou à blogosfera.
Actualizem os links porque o blogue passa a estar alojado no wordpress, aqui.
Depois de uma pausa forçada (devida a problemas misteriosos com o blogger), o Cadeirão e respectiva estante de livros regressou à blogosfera.
Actualizem os links porque o blogue passa a estar alojado no wordpress, aqui.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Em voz alta
O Tra-tra-trava-Línguas juntou-se à biblioteca (sempre a crescer) dos áudio-livros do Letra Pequena.
Alexandre Soares, Rita Pimenta, Ana Gerschenfeld, José Miguel Matias e José Vitor Malheiros leram sem travagens nem derrapagens os trava-línguas em português, espanhol, italiano, francês e inglês.
Eu nunca consegui dizer este sem me engasgar:
"Comprei uma capa chilrada, bilrada, gualdripatalhada,
fui a casa do chilrador, bilrador, gualdripatalhador;
para que ma chilrasse, bilrasse, gualdripatalhasse;
que eu lhe pagaria chilradura, bilradura, gualdripatalhadura."
para que ma chilrasse, bilrasse, gualdripatalhasse;
que eu lhe pagaria chilradura, bilradura, gualdripatalhadura."
E tentei várias vezes. Por isso fiquei mesmo impressionada com a ligeireza com que é dito no "filme".
Ora oiçam...
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Uma Luz de Papel
©Renato Roque, Livraria Académica, no livro Uma Luz de Papel, editado no âmbito dos 95 anos da livraria Académica
É um pequeno livro e tem este título fantástico: Uma Luz de Papel.
Reúne textos de vários nomes grandes das letras portuguesas (Ana Luísa Amaral, Jorge Sousa Braga, Emílio Remelhe, Manuel António Pina, só para citar alguns) e fotografias de Renato Roque, belas imagens a preto e branco de livros... muitos livros: arrumados na vertical, empilhados em pequenas torres, ocupando cada buraco que sobra das prateleiras, alguns numerados como numa escavação arqueológica ou com baraças a juntar-lhes as páginas, velhos de tanto uso.
Livros e mais livros que não existem de certeza em nenhum centro comercial.
Todas estas fotografias foram tiradas no interior de uma livraria antiga do Porto, a Académica, que fez recentemente 95 anos; os textos foram também escritos a pensar nela (a livraria). E o livro que reuniu tudo isto é um trabalho das Edições Éterogémeas que se juntaram, assim, a este já longo aniversário.
Nunca lá estive, na Académica, mas pelos textos e pelas imagens, sente-se como é um sítio especial, com alguém conhecedor atrás do balcão (a apresentação do livro foi entregue a António Barreto que nos apresenta "O Nuno da Académica", um verdadeiro conselheiro). Nunca lá estive, mas este pequeno livro levou-me até lá, e é como se tivesse subido esta escadaria com o Porto ao fundo, e quase tropeçado nestes livros-escada que a acompanham (sou dada a tropeções...).
Mais fotografias de Renato Roque aqui.
Para encomendar este e outros livros das Éterogémeas (presumo que este, em particular, seja difícil de encontrar), basta ir ao site da editora.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
As melhores capas
Já foi anunciada a longlist da melhor capa infanto-juvenil dos Prémios de Edição LER/Booktailors. Tcharam...
Vejam aqui quem são as capas candidatas.
Vejam aqui quem são as capas candidatas.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Procurem-nos que vale a pena
A não perder:
"O Livro Inclinado", de Peter Newell, da estreante Orfeu Mini, a colecção da Orfeu Negro dedicada ao livro ilustrado ("livro ilustrado" e não "livro infantil", o que é algo novo e que nos faz ter expectativas interessantes sobre próximas edições...).
E ainda "A Grande Questão", de Wolf Erlbruch, da Editora Bruaá que não tarda também a ver-se por aí.
Por diferentes razões, dois belos livros que vale a pena procurar, ler, ver (e comprar).
"O Livro Inclinado", de Peter Newell, da estreante Orfeu Mini, a colecção da Orfeu Negro dedicada ao livro ilustrado ("livro ilustrado" e não "livro infantil", o que é algo novo e que nos faz ter expectativas interessantes sobre próximas edições...).
E ainda "A Grande Questão", de Wolf Erlbruch, da Editora Bruaá que não tarda também a ver-se por aí.
Por diferentes razões, dois belos livros que vale a pena procurar, ler, ver (e comprar).
O que dirão os especialistas?
Amanhã em Lilliput três especialistas misteriosos darão as suas opiniões sobre os dois novos livros do Planeta Tangerina. Estamos curiosos para saber quem são e, sobretudo, para saber o que dirão...
Para quem nunca lá esteve... Lilliput é a nova rubrica da Antena 2 sobre Literatura para a Infância, da autoria de Sandy Gageiro. Passa aos sábados por volta das 16.45.
No site da Antena 2, podem ouvir-se as emissões anteriores.
(A não perder a entrevista à escritora brasileira Lygia Bojunga, vencedora do prémio Andersen, que diz "das suas" sobre a classificação etária dos livros para crianças que anda por aí em discussão).
Para quem nunca lá esteve... Lilliput é a nova rubrica da Antena 2 sobre Literatura para a Infância, da autoria de Sandy Gageiro. Passa aos sábados por volta das 16.45.
No site da Antena 2, podem ouvir-se as emissões anteriores.
(A não perder a entrevista à escritora brasileira Lygia Bojunga, vencedora do prémio Andersen, que diz "das suas" sobre a classificação etária dos livros para crianças que anda por aí em discussão).
Prémios Ler/Blogtailors
Começaram a ser divulgadas as long lists dos Prémios de Edição da Revista Ler/Blogtailors.
Será uma divulgação a conta-gotas, para criar suspense e fazer aumentar as expectativas.
Depois das melhores capas de literatura, conheceram-se hoje as candidatas à melhor capa de não ficção.
As restantes listas serão conhecidas durante as próximas semanas, sempre às segundas, quartas e sextas. Depois das listas longas, haverá as curtas que serão finalmente submetidas à votação do júri e do público.
De realçar que estes prémios são os primeiros em Portugal (pelo menos que eu saiba), a distinguir áreas tão diversas e importantes como projecto gráfico e capas, revisão de texto, melhor livraria independente, melhor livreiro etc.
Uma iniciativa, portanto, de se lhe tirar o chapéu.
Categorias e candidatos aqui.
Será uma divulgação a conta-gotas, para criar suspense e fazer aumentar as expectativas.
Depois das melhores capas de literatura, conheceram-se hoje as candidatas à melhor capa de não ficção.
As restantes listas serão conhecidas durante as próximas semanas, sempre às segundas, quartas e sextas. Depois das listas longas, haverá as curtas que serão finalmente submetidas à votação do júri e do público.
De realçar que estes prémios são os primeiros em Portugal (pelo menos que eu saiba), a distinguir áreas tão diversas e importantes como projecto gráfico e capas, revisão de texto, melhor livraria independente, melhor livreiro etc.
Uma iniciativa, portanto, de se lhe tirar o chapéu.
Categorias e candidatos aqui.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
De partida para o Porto
A Livraria Index faz 3 anos e para os comemorar tem um programa cheio de actividades, conversas, projecção de filmes, exposições e livros em destaque.
Nós (eu e a Isabel) vamos lá hoje para falar da edição de livros ilustrados.
Amigos do Porto: apareçam para um cafezinho!
terça-feira, 4 de novembro de 2008
As agendas já chegaram
Já chegaram, estão muy belas e começaram hoje a seguir para as livrarias.
Quem tiver muita pressa, pode fazer a encomenda directamente ao Planeta Tangerina, bastando, para tal, enviar-nos um e-mail com o pedido (editora@planetatangerina.com).
Para quem queria saber, o formato fechado é 110 x 155 mm.
PVP: 8.90 € (os portes de envio para Portugal são oferta da casa).
Quem tiver muita pressa, pode fazer a encomenda directamente ao Planeta Tangerina, bastando, para tal, enviar-nos um e-mail com o pedido (editora@planetatangerina.com).
Para quem queria saber, o formato fechado é 110 x 155 mm.
PVP: 8.90 € (os portes de envio para Portugal são oferta da casa).
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
And the winner is...
Num cenário do outro mundo, com luzes azuis e fumos esvoaçantes foram entregues os prémios de mais uma edição do Festival de BD da Amadora.
Estávamos todos lá... Todos menos a Madalena que, por acaso, foi uma das vencedoras da noite.
Aqui fica, então, a informação em jeito oficial:
"Na categoria "Melhor Ilustração de Livro Infantil" ganhou Madalena Matoso com o álbum "O Meu Vizinho é um Cão" (Planeta Tangerina 2008)".
Boa notícia para começar a semana!
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Exageros
Lembram-se de andarmos à procura de hipérboles? Pois. Como muitos devem ter desconfiado, o objectivo era fazermos uma agenda para o ano que aí vem (para os mais distraídos: o ano é 2009 — a década quase a acabar).
Antes de mais, temos de agradecer aos leitores que participaram — foram muitos e bons.
O resultado está quase, quase pronto (estamos à espera que chegue da gráfica a qualquer momento).
A agenda chama-se "O Mundo é que Exagera" porque é verdade e as verdades são para ser ditas (já tivémos uma agenda que se chamava "Este Mundo é uma Bola", o que também é verdade).
Ora então, vamos lá fazer um joguinho:
Quem é que adivinha a que hipérbole pertence cada uma destas imagens?
Os leitores (mais rápidos que uma seta) ganham uma agenda novinha em folha.
Quem é que adivinha a que hipérbole pertence cada uma destas imagens?
Os leitores (mais rápidos que uma seta) ganham uma agenda novinha em folha.
Nota: pode ser muito (exageradamente) difícil mas vale a pena tentar.