sexta-feira, 23 de março de 2018

Para onde vai o dinheiro quando compramos um livro?


2.ª pergunta da série “perguntas que os leitores fazem ou talvez tenham vontade de fazer”.


Cada leitor conhece melhor do que ninguém as capacidades e prioridades da sua carteira. Por isso, nunca nos ouvirão dizer que os livros são baratos. Uma coisa é certa: é muito comum as pessoas queixarem-se do preço dos livros em Portugal. No entanto, quando as esclarecemos sobre o destino de cada cêntimo saem quase sempre boquiabertas.

Para onde vai então cada cêntimo quando compramos um livro?
Do PVP de um livro sai o valor para pagar todas as despesas relativas à sua criação, impressão, divulgação, transporte, exposição e venda.

Em média:

50 a 60 % do PVP destina-se à distribuição e às livrarias. 
15% do PVP serve para pagar a impressão do livro.
8% são direitos para o autor ou autores.
6% é IVA que regressa ao Estado.

A percentagem que sobra, 20 a 30%, é a fatia do editor. Ou seja, a fatia do editor é variável e está dependente da percentagem da distribuição e ponto de venda. 
Com esta fatia o editor paga despesas relacionadas com divulgação do livro (catálogos, site, etc), promoção do livro no estrangeiro (participação em feiras, etc), design gráfico, revisão, tradução, etc.

Outros esclarecimentos: 
O trabalho de distribuição exige divulgar os livros nas lojas, enviá-los, recolhê-los, gerir encomendas e stocks. A sua percentagem ronda os 15-20%.

As grandes cadeias de livrarias conseguem negociar margens maiores porque vendem mais livros: têm muitas lojas e uma distribuição centralizada, logo são pontos de venda muito importantes para um editor. Normalmente ocupam espaços em centros comerciais e têm despesas consideráveis.

As livrarias independentes ganham margens mais pequenas, mas isso não significa que não tenham igualmente grandes despesas (à sua escala) e outras dificuldades e, por isso, vemos tantos negócios abrir e acabar por fechar. Pela relação que estabelecem com os leitores, pela dinamização da sua programação e pelo facto de conseguirem chegar a pontos do território onde as grandes cadeias não chegam são também pontos de venda muito importantes para um editor.

Os autores ganham percentagens entre os 6-12%. Quando a autoria de um livro é partilhada, a percentagem não sobe, apenas se divide por mais cabeças. Quando um livro exige mais tempo ou uma equipa de trabalho maior são os autores e o editor que fazem esse investimento e correm esse risco.

Quando um livro tem uma produção mais cara (por ter mais páginas, um papel especial ou um acabamento mais luxuoso), é o editor que paga essa despesa, que terá necessariamente de se refletir no PVP, mas sempre dentro de certos limites (pois os leitores não pagarão mais do que um certo valor).

Em Portugal, porque o mercado é pequeno, porque se produzem muitos livros e porque e não há assim tantas pessoas a comprá-los, as tiragens são, em média, muito pequenas. 

É sobretudo esse aspeto que encarece o preço dos livros (quanto maiores as tiragens, mais baixo o preço da impressão por exemplar). 



quarta-feira, 21 de março de 2018

Primavera com maiúscula (e uma promoção nada minúscula!)


Esta semana comemoramos a chegada da Primavera com uma promoção bem catita na nossa loja.
Todos os livros com cheiro a Primavera têm um desconto de  25%. Ora espreitem:

It’s SPRING! (in uppercase, with an upperclass promotion!)
This week we’re celebrating the arrival of Spring with a fancy promotion on our online shop. 
We’re offering 25% off on all our books that smell of Spring. Have a look:

O livro dos quintais
Antes/before: 13,90€
Agora/now: 10,45€

Lá Fora
Antes/before: 24,60€
Agora/now: 18,45€

Nunca vi uma bicicleta e os patos não me largam
Antes/before: 13,90€
Agora/now: 10,45€

Montanhas
Antes/before: 12,90€
Agora/now: 9,65€


Promoção válida até 28/3.
Ends on the 28th of March.

→ https://www.planetatangerina.com/pt/loja/primavera-com-maiuscula-e-uma-promocao-nada-minuscula

terça-feira, 13 de março de 2018

Orgulhosamente impressos em Portugal


Inauguramos hoje a série “perguntas que os leitores fazem ou talvez tenham vontade de fazer”. 

Objetivo: explicar algumas das decisões que tomamos enquanto editores. 
(Se vos apetecer, perguntem.)

Primeira pergunta:
Neste mundo global que importância tem se um livro é impresso aqui ou no outro lado do mundo?

Quando começámos a trabalhar, já lá vão 20 anos, em quase todas as gráficas existia um departamento de pré-produção que preparava os originais para serem reproduzidos e fazia as digitalizações das imagens em alta qualidade. Nas provas finais acertavam-se cuidadosamente os detalhes, pois qualquer erro saía caro depois dos fotolitos estarem impressos (uma espécie de negativos de um livro). Tudo demorava muito mais tempo. Tudo era feito com um cuidado imenso.
Depois, com as mudanças tecnológicas, os ficheiros com as artes-finais dos livros passaram a seguir diretamente dos computadores para as chapas de impressão das máquinas e, aos poucos, estes departamentos de pré-produção foram fechando. Todos esses profissionais (com grande amor ao que faziam) ficaram sem trabalho. Devido às globalizações, ao andar da carruagem, ao progresso, ao tempo que passa.

Com o passar dos anos, vimos fechar muitos gráficas que faziam uma excelente pré-produção e depois fecharam também excelentes gráficas que faziam excelentes impressões, pois a produção em países asiáticos tornou-se muito atraente: mais barata, cada vez com maior qualidade, permitindo pop up’s, recortes e outras tecnologias do papel a preços estranhamente baixos.

A produção de um livro num país asiático pode ser muito mais rentável para uma editora (já pedimos preços e sabemos disso muito bem). Mas a rentabilidade a curto prazo não é tudo nesta vida, por isso continuamos a imprimir em Portugal.
Porque gostamos que continuem a existir boas gráficas em Portugal. Porque temos excelentes profissionais. Porque não gostamos que o transporte dos nossos livros liberte CO2 para atmosfera. Porque as impressões em países asiáticos não nos dão ainda as garantias de boas práticas ambientais e laborais que temos aqui na Europa. Por uma questão de proximidade.
Podermos meter-nos no carro e, em meia hora, estar a ver as folhas a sair da máquina de impressão é das coisas mais lindas que há. Uma emoção parecida com ir espreitar um recém-nascido à maternidade.

























(este está quase a chegar!)

quinta-feira, 1 de março de 2018

Vencedores do passatempo "O livro dos quintais"

A Isabel M. Martins e o Bernardo P. Carvalho já escolheram os três vencedores do passatempo “O livro dos quintais”. Não foi uma tarefa nada fácil!
Parabéns ao Pedro Simão, ao Yves P. e à Maria Caetana de Sá! São os grandes vencedores e vão levar para casa um livro assinado pelos dois autores.

Queremos ainda fazer uma menção especial às crianças do Jardim de Infância de S. Pedro do Corval. Enviaram-nos desenhos muito inspiradores e, por isso, decidimos oferecer-lhes um livro.

Obrigado a todos pela participação.


Desenhos vencedores:



Autoria: Pedro Simão (6 anos)
Ajuda nas letras: Susana Moura (41 anos)




Yves P.
3anos



Maria Caetana de Sá
6 anos