Isto de fazer livros tem coisas (algumas) muito próximas às de fazer (ter!) filhos: andam meses e meses na nossa cabeça, às voltas, a ser pensados, imaginados, desejados. Depois crescem, para a frente e para trás, de maqueta em maqueta até estarem no ponto de sair cá para fora. E, finalmente, chega o dia da
maternidade, em que os esperamos ansiosos à saída da gráfica, para os receber de braços abertos e olhar vezes e vezes sem fim...
Mais tarde, tal como os filhos, os livros crescem e vão à sua vida. Alguns deles partem à descoberta do mundo e vamos recebendo notícias suas (um postal de vez em quando, um telefonema...), dizendo-nos que estão aqui e acolá, que já fizeram isto e aquilo.
E essa parte é também extraordinária!

Esta semana recebemos notícias de um desses rapazes. Diz que esteve em Évora.
Quem nos enviou a notícia foi a educadora Maria Margarida Junça, do Externato Infanta Maria. Contou-nos que os meninos da sala dos 4/5 anos estiveram a trabalhar o livro e, desse trabalho, resultou uma exposição de desenhos e observações das crianças sobre as várias páginas e imagens.
Aqui ficam alguns registos:


“O pai casaco é quando o pai nos põe ao pé dele!”
“O pai colchão é quando o pai está no sofá e eu me atiro para cima da barriga dele!”
“O pai meta é quando corremos muito depressa e o pai me faz cócegas, eu fujo e depois o pai apanha-me!”
“O pai avião é quando o pai me leva no ar para a minha cama!”
“O pai bóia é quando não temos braçadeiras!”
“O pai esconderijo é quando estamos envergonhados!”
“O pai é pequenino quando me ata os sapatos!”
“O pai motor é quando venho para a escola e o pai me diz: Anda filho”!
“O pai despertador é quando acordo com um beijinho!”
“O pai ambulância vai a correr!”
“O pai carrossel é quando ando à roda, à roda e eu rio-me!”
“O pai grua é quando fazemos birra!
“O meu pai é o pai chocolate quando… Mnham…mnham…!”
“O meu pai é o pai seta quando me diz: Joana já para o quarto! (Às vezes diz isto um bocadinho zangado)!”
Agradecemos aos meninos de Évora e à sua educadora.
Bem-haja a todos!