sexta-feira, 30 de setembro de 2011

hello


Waxinandmilkin. Again and again and again.

Oficina/Concerto Cantar Juntos



Na Casa da Cerca, Almada, no dia 1 de Outubro, às 10h00, 12h30 e 15h30, haverá uma oficina/concerto baseada nos livros Cantar Juntos.

Este projecto musical é promovido pela Associação Aprender em Parceria, uma iniciativa de intervenção educativa social.

Entrada Livre, sujeita a inscrição (limitado ao máximo de 20 crianças acompanhadas de um adulto)
Público Alvo: 0 aos 6 anos
Duração: 40 minutos
Inscrições até ao dia 30 de Setembro para Academia de Música de Almada através dos telefones 21 294 58 07/960 175 767
Mais Informações: sons de almada velha.

Soubemos agora que todas as sessões estão esgotadas. Vamos tentar anunciar os próximos concertos com mais antecedência.


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Books make friends



Para abrir o novo ano letivo, a ESAD de Matosinhos organizou um dia especial dedicado à edição independente com conferências, exposições, filmes e uma feira do livro.
O objetivo é refletir, discutir e promover novas ideias em torno da produção editorial que tornem possível a existência de modelos de criação e circulação de livros alternativos aos que existem hoje (resumindo o que é dito no site, aqui).

Para além de ver e/ou comprar livros (e de certeza que se verão por lá livros que não chegam a muitas livrarias) vai ser possível, por exemplo, assistir ao documentário de Cláudia Clemente sobre a editora &Etc ou conhecer os projectos das várias editoras presentes.

Nós não vamos estar lá, mas temos pena.

Jardim da ESAD, entre as 10.00 e as 19.00 (só hoje, dia 29 de setembro).
O programa completo aqui.

A imagem foi roubada ao site da ESAD (e a notícia soube-a pelo novo P3).

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cheery families


Passámos muitas horas a jogar às Cheery Families.

As cartas resistiram completas e quase intactas a muitos anos, muitas mãos, muitos jogos, muitas mudanças de casa.


Esta famílias são mais ou menos o oposto das famílias — se as quisermos lá encontrar — do Todos Fazemos Tudo.

(a família do fishmonger era um sucesso, claro.)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Funny books

Apesar de vários prémios de Literatura Infantil estarem suspensos no Reino Unido devido aos cortes orçamentais, o Roald Dahl Funny Prize escapou e anunciou as shortlists muito recentemente.
Pelo nome é fácil adivinhar que este prémio destaca livros "que façam os mais novos, e todos nós, rir à gargalhada" (e reparem como este "todos nós", aqui entre vírgulas, é um pormenor importante).

O Roald Dahl Funny Prize foi criado pelo Book Trust, em 2008, por iniciativa do escritor Michael Rosen que achou (e bem) que estava na altura de criar um prémio que valorizasse o humor nos livros para os mais novos.

A propósito destas shortlists, diz Michael Rosen (e bem):

Parents, teachers and anyone hoping to get children hooked on books will find 12 here to have you all giggling and laughing. These are books that are inventive, clever, warm and strong on observing our quirks and foibles. The authors, illustrators and publishers can be proud of what they've produced, and we're proud to present them as the top funny books for children this year. Reading them is a short course in learning how to laugh.

Este ano, pela primeira vez, as escolas também vão participar na escolha final: 400 miúdos de todo o país vão ler os livros que integram as listas, discutir com os colegas e escolher o seu preferido. Mais tarde, o júri terá em conta as suas impressões na decisão final.

Entre os escolhidos, pareceram-me estes muito apetitosos:



Um livro de Terry Jones (esse mesmo, membro dos Monty Phython) com histórias de animais.




Um livro do australiano David Machintosh sobre as dificuldades de começar a vida numa escola nova.


E um livro de Leigh Hodgkinson sobre um pavão convencido que não perde uma oportunidade de se gabar.

Aqui, as shortlists completas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sobre os animais (no seguimento da história da galinha)

"Havia uma rapariga que se recusava a dar um nome ao seu gato. Quando lhe perguntavam a razão, ela explicava: “gosto de pensar que ele vem ter comigo não porque o chamo, mas por que ele quer”. (1)

"Entender um texto é como entender um cão." (2)

Nós a citar José Tolentino de Mendonça que cita em (1) Marguerite Yourcenar e em (2) Maria Gabriela Llansol

Para ler mais notas sobre "Tudo o que eu sei sobre os animais" passar por aqui.

(thanks)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A história da Celeste ou a minha história com as galinhas (2)

Não me lembro se a galinha Celeste chegou ao Planeta Tangerina aninhada ao colo do dono, se vinha dependurada pelas asas. Mas a segunda hipótese condiz melhor com o rapaz que a comprou e dela tratou nessa primeira vida.
Vida dura, como já vão perceber...
A Celeste chegou magra e muito nervosa. Pelo aspeto geral das penas, pelas manchas depenadas e pelo ar atormentado, desconfiava-se de que sofria de maus tratos. Mas não era fácil perceber se as penas tinham sido arrancadas pela própria — as doenças nervosas têm às vezes destas coisas —, se pelos companheiros do galinheiro (um galo e meia dúzia de galinhas, provavelmente muito velhacas).
Nunca saberemos quem lhe fazia mal. Nem saberemos também se tinha deixado de pôr ovos por causa dos maus tratos, se era a incapacidade de pôr ovos que provocava os maus tratos — ambas as hipóteses eram más, mas esta última um verdadeiro filme de terror.
Ao sentir que a sua menina definhava de dia para dia, o dono decidiu trazê-la para esse reduto de boas energias que é o quintal traseiro do Planeta Tangerina.
E a Celeste aqui ficou. Foi imediatamente adotada pela Yara e pela Cristina, que passaram a mimá-la todas as manhãs com os restos do jantar e que, aproveitando o abrigo do tanque de cimento, lhe montaram uma verdadeira moradia. Da minha parte, recebeu aquilo que de melhor lhe consegui dar na altura: tolerância — essa palavra um pouco feia que faz lembrar grandes fretes e olhos revirados.



Aos poucos, a Celeste começou a melhorar. Nasceram-lhe penas novas, ganhou peso, parecia toda ela mais brilhante. Ao almoço, vinha bicar-nos as pernas por debaixo da mesa, morder-nos os dedos dentro das sandálias e atacar-nos os bolsos das calças de ganga. Tanto atrevimento só podia querer dizer felicidade.
As visitas comentavam: “esta vossa galinha, sim senhor, já parece outra”.
E é verdade, parecia outra.

Foi então que o milagre aconteceu: uma bela manhã, no ninho de tirinhas de papel feito pelas mãos da Cristina, encontrámos um ovo ainda quente. Para mim, podem não acreditar, aquele ovo foi uma revelação, uma coisa estúpida que me aconteceu. Não foi uma questão de começar a respeitar mais a galinha ou a considerá-la mais digna só por se ter tornado útil.
Foi simplesmente ter-me apercebido de que um animal que vive de quase nada, que come tudo e mais alguma coisa, que caminha sobre o seu próprio cocó, transforma o pouco que recebe numa coisa tão perfeita e extraordinária.
Fui para casa a pensar nisto.
E este livro, pode até nem parecer, resultou dessa espécie de deslumbramento que me aconteceu: fiquei como que grata à Celeste por ter sido assim deslumbrada.

Está contada a história.
Só falta dizer que o rapaz da primeira vida da Celeste é o Bernardo (agricultor e avicultor nos intervalos da ilustração) e que a Yara e a Cristina são as donas novas que lhe saíram na rifa, nesta segunda vida a que teve direito.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

3x

Todos fazemos tudo no Cria Cria.
A Galinha no Cria Cria.
O outono no Cria Cria (durante o outono, vou responder a uma pergunta por semana. Vão passando por lá).

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A história da Celeste ou a minha história com as galinhas (1)

A minha avó Maria tinha galinhas. Viviam num casinhoto escuro ao fundo do quintal e só as víamos quando abríamos a porta para lhes deitar comida. Era também nessa altura, nesse breve intervalo em que a minha avó lhes deitava o milho e as cascas de fruta, que elas viam a luz do dia. Pelo menos foi a impressão com que fiquei: que viviam sempre no escuro, de porta fechada, e que mesmo assim punham ovos, extraordinários ovos pequeninos de gema cor-de-laranja que a minha avó estrelava em azeite (e que eram maravilhosos como todos os ovos estrelados da infância só podem ser).
A não ser para despejar o caldeiro das cascas e para procurar ovos, não convivíamos grande coisa com as galinhas. Víamo-las tal como a minha avó: como um animal puramente funcional que punha ovos e ajudava a estrumar a terra. E esta parte do estrume, não fiquem chocados, era tão ou mais importante do que os ovos.

A minha outra avó (a que chamávamos Santos, mas que também se chamava Maria) também tinha galinhas. Viviam num galinheiro mais convencional, com rede a toda a volta, mais ar e mais sol. Neste caso, havia pelo menos mais um galo e, num patamar superior, muitas rolas que esvoaçavam apertadas. A minha avó Santos tinha com as galinhas uma relação já um pouco diferente: dirigia-lhes a palavra; e quando deixou de as poder tratar, sentiu bastante a sua falta. (Um pormenor curioso: no lugar do galinheiro da minha avó nasceu hoje uma cabine de sauna à moda ucraniana. As voltas que o mundo dá...)








A galinha Celeste (que inspirou o livro "Como é que uma galinha..."), fazendo das suas no quintal do Planeta Tangerina, numa sequência fotografada pela Carolina.
Amanhã conto aqui a sua história (uma história de sucesso).

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Baseado em factos reais



Uma história de vida que se vai contar aqui em breve.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ípsilon



Nós e Woody (Allen) no Ípsilon de hoje.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011



Por lá, a vovó anda a contar muitas histórias...
Recebemos semana passada algumas Mantas com sotaque do Brasil. Obrigada Alaúde/Tordesilhinhas.

Por cá, temos uma Manta e muitas histórias na livraria Gatafunho: Aqui há... histórias!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

84











E foi assim o fim-de-semana no n.º 84 da rua da Picaria, Porto. Entre amigos (novos e os de longa data), chuva-sol-chuvisco-sol e muita animação.

De 10 de Setembro a 22 de Outubro, na Dama Aflita.
Mais fotos aqui e aqui.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Antes




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Pós-graduação: Livro Infantil 4.ª edição

Estão abertas as inscrições para o Curso de Pós-graduação em Livro Infantil da Universidade Católica de Lisboa. Folheto com tudo o que é preciso saber, aqui.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Planeta Tangerina, Dama Aflita, Porto

Inaugura no próximo dia 10 de setembro às 17h00 na Galeria Dama Aflita, Porto, uma exposição de desenhos dos ilustradores do Planeta Tangerina (também conhecidos por Bernardo Carvalho, Madalena Matoso e Yara Kono).

planeta_tangerina_site

Aproveitámos o acontecimento para lançar dois livros novos (ver post anterior).

Vai ser desta que temos festa no Porto, viva!

Se não tiverem nada para fazer, apareçam. Se tiverem coisas marcadas, desmarquem e apareçam. Se estiverem no Porto ou arredores, apareçam. Se estiverem longe, marquem a viagem e apareçam. Vá lá, apareçam.

A escritora do Planeta Tangerina (também conhecida por Isabel Minhós Martins) escreveu um texto sobre a exposição que reza assim:

3 ilustradores em cima de um icebergue
O trabalho de ilustração que vemos num livro é quase sempre a ponta de um icebergue de considerável tamanho. Submersas, ficam dezenas de imagens e experiências — uma espécie de rasto que o ilustrador deixa atrás de si à medida que vai trabalhando, escolhendo, amarrotando.
Se os livros fossem icebergues não teriam apenas um passado — essa enorme massa de possibilidades que sustenta tudo o que vemos à superfície; nem teria apenas um presente — o livro, o que é visível, o que fica para os outros. Como enormes blocos à deriva, os livros têm às vezes um futuro: o que sobra da sua construção, o que foi aparentemente abandonado, quase sempre se mantém vivo, como em suspensão, para ser retomado mais tarde a propósito de outra coisa qualquer.

Nesta exposição é possível ver o trabalho de 3 ilustradores em torno de 3 livros diferentes (um já editado, outro a ser lançado, um outro que virá a público mais tarde). Na Dama Aflita veremos partes de todo o icebergue: esboços, caminhos abandonados, algumas ilustrações definitivas, mas também trabalhos novos que resultam de um mergulho às ideias da base.

Dama Aflita.

Novidades 2: duas estreias em setembro

É a primeira vez que as novidades de setembro são anunciadas com um mês em minúscula. (temos pena mas c'est la vie).

De uma delas, já aqui falámos:



Alguns excertos do que tem dito a crítica:

(...) quando os autores são bons, os valores não se tornam panfletários e o resultado nunca se fecha num maniqueísmo simplista. Madalena Matoso rasga as fronteiras dos costumes e propõe, com a naturalidade que está associada ao Planeta, uma leitura diversificada do papel de cada indivíduo na sociedade.

Andreia Brites, blog O Bicho dos Livros

Um soberbo álbum gráfico que evita as armadilhas do livro “sobre temas problemáticos”. (...) Tirando partido da tradicional técnica do méli-melo e escolhendo prescindir do texto, a força deste álbum reside na sua força gráfica e na inteligência do seu propósito.

Sophie van der Liden, especialista em Literatura para a Infância

A outra ainda é mesmo uma novidade:



Um cheirinho do texto da contracapa:

A galinha tem fama de ser uma ave tonta e feia.
Também dizem que não voa e que não canta, que só esgravata e cacareja e faz cocó por todo o lado (e é verdade).
Mas a verdade, verdadinha é contada neste livro...
A natureza criou um animal assim insuspeito — feioso, desajeitado, obediente, meio pitosga... — para dentro dele fazer transportar um dos seus maiores tesouros.
Quando virem uma galinha, não se deixem enganar.
Tratem-na com o respeito que ela merece.

Novidades 1: o cenário que nos cerca (abraça e estrangula)

Dizia hoje o DN que a crise está a conter as editoras: "a bordo de mil tormentas, económicas, políticas e sociais e, sob a ameaça de uma naufrágio iminente, as casas editoriais não arriscam".
Para a rentrée literária (como tão elegantemente se chama a esta época do ano) esperam-se menos livros, mais seleccionados, mais seguros. No dito artigo diz-se que a poesia fica confinada ao sítio do costume (o sítio do pouco, muito pouco), que as editoras apostarão apenas em escritores consagrados e que só chegarão às lojas livros premiados e garantidos.
Diz ainda o artigo do DN que são as editoras independentes, as mais pequenas, as que parecem ter menos medo da crise, apostando em autores novos, estreando colecções ou obras de venda menos célere (chamemos-lhes assim) ou menos garantida.

Não sei o que é um livro garantido, mas desconfio que os livros do Planeta Tangerina não entram a correr nessa categoria: quando os publicamos, não fazemos a mínima ideia se os leitores vão gostar deles, se vão vender-se como pãezinhos quentes ou sair mais devagar do armazém do rés-do-chão que atravessamos todas as manhãs.
O que não significa que não gostemos (e precisemos) que os livros se vendam bem.
Temos essa vantagem — que é também uma desvantagem — a de ser editores e autores em simultâneo: fazemos livros porque nos saem assim, porque é isto que temos a dizer agora. Mas não conseguimos garantir aos nossos leitores "este livro é seguro. compre-o" ou "este livro é garantido. leve-o".
Corremos alguns riscos, é certo. Mas desconfio que os nossos leitores não se importam de correr esses riscos connosco. Vamos ver como corre o regresso às aulas...

Aqui uma introdução ao artigo do DN (a versão completa só em papel ou Ipaper).

Summertime

Quando o Verão estava ainda a começar, montámos uma praia aqui mesmo à porta para comemorar o lançamento do Praia-Mar. Não convidámos muita gente porque a rua é pequena e não foi solicitada autorização para o ajuntamento à PSP.
Na altura esquecemo-nos de fazer um agradecimento aos vizinhos da Rua das Rosas que tiveram a amabilidade de não estacionar o carro na praceta durante as horas em que a festa decorreu, permitindo-nos assim fazer subir a maré com maior à vontade e dar às ondas toda a liberdade. Obrigado vizinhos.

Já aqui mostrámos algumas fotografias da festa, mas agora temos som e movimento (e saudades desta festa que foi tão diferente das anteriores, mas tão boa também).
O vídeo foi filmado e editado pelo Lucas porque o Bernardo desta vez é protagonista (reparem no estilo, de costas, a dominar o tempo e o espaço).

Summertime from Lucas Almeida on Vimeo.

E agora, que venha o Outono, o regresso às aulas e as novidades da rentrée.
Daqui a nada anunciamos o que está para chegar.

Um pé dentro e outro fora

Quando regressamos é inevitável recomeçarmos onde deixámos tudo.
Mas às vezes não é fácil. Porque, após algumas semanas de férias, já demos tantas voltas que a cadeira onde todos os dias sentávamos o rabo nos soa estranha. E estranho é também o que temos para fazer, o ritmo que se impõe do lado de fora, a rotina.
Há mais ou menos um ano, li no Público um texto do Miguel Gaspar sobre as férias (e o fim das férias).
Gostei tanto que espetei no placard aqui ao meu lado até hoje.
O texto é longo e termina assim:
"é preciso estar no mundo com um pé dentro e outro fora, para o conseguirmos viver e entender. No tempo em que paramos, o mundo torna-se um sinal de fora que chega distante. É o tempo em que reaprendemos a dançar e a conhecer; um passo primeiro e depois o outro."

Talvez este post seja um pouco despropositado.
Talvez seja porque ainda tenho um pé lá fora. Há que aproveitar.