quinta-feira, 31 de julho de 2008
Como é possível...?
Como é que é possível que esta exposição nos tenha escapado (a mim, pelo menos, escapou-se-me)? E que, azar dos azares, termine hoje mesmo, no exacto dia em que a descobri?
Eis a ideia que deu o mote à iniciativa:
"A maioria dos autores, ilustradores, editores e outras “pessoas dos livros” têm o seu livro-de-sonho imaginário.
Inspirada por esta ideia, Barbara Scharioth, directora durante 15 anos da Biblioteca Infantil Internacional de Munique, desafiou 72 ilustradores de 30 países a criar a capa de um livro, real ou inventado, que gostariam de ilustrar."
Entre os participantes contam-se alguns dos melhores ilustradores mundiais como Klaus Ensikat, Kveta Pacovská, André Letria, Teresa Lima, João Vaz de Carvalho, entre outros.
Quem andar por terras barreirenses, tem ainda algumas horas para lá dar um salto...
segunda-feira, 28 de julho de 2008
As voltas do Pê de Pai
Isto de fazer livros tem coisas (algumas) muito próximas às de fazer (ter!) filhos: andam meses e meses na nossa cabeça, às voltas, a ser pensados, imaginados, desejados. Depois crescem, para a frente e para trás, de maqueta em maqueta até estarem no ponto de sair cá para fora. E, finalmente, chega o dia da maternidade, em que os esperamos ansiosos à saída da gráfica, para os receber de braços abertos e olhar vezes e vezes sem fim...
Mais tarde, tal como os filhos, os livros crescem e vão à sua vida. Alguns deles partem à descoberta do mundo e vamos recebendo notícias suas (um postal de vez em quando, um telefonema...), dizendo-nos que estão aqui e acolá, que já fizeram isto e aquilo.
E essa parte é também extraordinária!
Esta semana recebemos notícias de um desses rapazes. Diz que esteve em Évora.
Quem nos enviou a notícia foi a educadora Maria Margarida Junça, do Externato Infanta Maria. Contou-nos que os meninos da sala dos 4/5 anos estiveram a trabalhar o livro e, desse trabalho, resultou uma exposição de desenhos e observações das crianças sobre as várias páginas e imagens.
Aqui ficam alguns registos:
“O pai casaco é quando o pai nos põe ao pé dele!”
“O pai colchão é quando o pai está no sofá e eu me atiro para cima da barriga dele!”
“O pai meta é quando corremos muito depressa e o pai me faz cócegas, eu fujo e depois o pai apanha-me!”
“O pai avião é quando o pai me leva no ar para a minha cama!”
“O pai bóia é quando não temos braçadeiras!”
“O pai esconderijo é quando estamos envergonhados!”
“O pai é pequenino quando me ata os sapatos!”
“O pai motor é quando venho para a escola e o pai me diz: Anda filho”!
“O pai despertador é quando acordo com um beijinho!”
“O pai ambulância vai a correr!”
“O pai carrossel é quando ando à roda, à roda e eu rio-me!”
“O pai grua é quando fazemos birra!
“O meu pai é o pai chocolate quando… Mnham…mnham…!”
“O meu pai é o pai seta quando me diz: Joana já para o quarto! (Às vezes diz isto um bocadinho zangado)!”
Agradecemos aos meninos de Évora e à sua educadora.
Bem-haja a todos!
Mais tarde, tal como os filhos, os livros crescem e vão à sua vida. Alguns deles partem à descoberta do mundo e vamos recebendo notícias suas (um postal de vez em quando, um telefonema...), dizendo-nos que estão aqui e acolá, que já fizeram isto e aquilo.
E essa parte é também extraordinária!
Esta semana recebemos notícias de um desses rapazes. Diz que esteve em Évora.
Quem nos enviou a notícia foi a educadora Maria Margarida Junça, do Externato Infanta Maria. Contou-nos que os meninos da sala dos 4/5 anos estiveram a trabalhar o livro e, desse trabalho, resultou uma exposição de desenhos e observações das crianças sobre as várias páginas e imagens.
Aqui ficam alguns registos:
“O pai casaco é quando o pai nos põe ao pé dele!”
“O pai colchão é quando o pai está no sofá e eu me atiro para cima da barriga dele!”
“O pai meta é quando corremos muito depressa e o pai me faz cócegas, eu fujo e depois o pai apanha-me!”
“O pai avião é quando o pai me leva no ar para a minha cama!”
“O pai bóia é quando não temos braçadeiras!”
“O pai esconderijo é quando estamos envergonhados!”
“O pai é pequenino quando me ata os sapatos!”
“O pai motor é quando venho para a escola e o pai me diz: Anda filho”!
“O pai despertador é quando acordo com um beijinho!”
“O pai ambulância vai a correr!”
“O pai carrossel é quando ando à roda, à roda e eu rio-me!”
“O pai grua é quando fazemos birra!
“O meu pai é o pai chocolate quando… Mnham…mnham…!”
“O meu pai é o pai seta quando me diz: Joana já para o quarto! (Às vezes diz isto um bocadinho zangado)!”
Agradecemos aos meninos de Évora e à sua educadora.
Bem-haja a todos!
terça-feira, 22 de julho de 2008
Gisèle, ma belle
"Gisèle de verre" não é um livro novo, nem ganhou recentemente qualquer prémio.
Lembrei-me dele porque sempre que levanto a cabeça do ecrã, os meus olhos se cruzam esta Gisèle, deitada a ler um livro, o corpo apoiado nos cotovelos e o ar feliz de quem tem a cabeça a vaguear.
A particularidade de Gisèle é que nasceu transparente e, por causa desse pequeno defeito (ou feitio), podemos observar em detalhe todos os seus pensamentos e devaneios. Sorte a nossa... Não pela indiscrição do acto em si, mas pela beleza destas imagens-pensamentos, ora desenhadas, ora recortadas pelas mãos da muito talentosa Beatrice Alemagna, autora-ilustradora deste livro.
Beatrice Alemagna é um quebra cabeças de países e cidades: tem Alemanha no apelido, mas nasceu em Bolonha, Itália, e vive desde há alguns anos em França, onde tem editado a maior parte dos seus livros (Seuil, Autrement, Gallimard, entre outras).
Infelizmente, ainda não está disponível o site oficial desta artista (uma verdadeira artista!), mas é possível conhecer aqui alguns dos seus trabalhos.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Já apetecia
Ir de férias.
Mas, por enquanto, o melhor é aproveitar bem o fim-de-semana.
(a imagem é do Quando Eu Nasci)
(a imagem é do Quando Eu Nasci)
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Preparem-se os Andarilhos
Estão abertas as inscrições para o Palavras Andarilhas, o Encontro dos Aprendizes do Contar (que este ano cumpre 10 anos de existência — um número redondo, como se costuma dizer).
Já nem deve ser preciso dizer (mas, pelo sim, pelo não, aqui vai) que o Palavras Andarilhas é um encontro (em Beja) de contadores de histórias, vindos dos quatro cantos do mundo (este ano há participantes do Chile, Tunísia, Camarões, Brasil e mais), em que se contam contos, há oficinas e palestras sobre vários temas, exposições, mostras de cinema, cantorias, petiscos e sabe-se lá mais o quê (tudo em nome de uma boa história).
E que só poderia ser organizado pela Biblioteca de Beja, a-biblioteca-sem-sono (adorei este slogan — por ser tão verdade, por nos acordar a todos, por nos dar vontade de ficar a ouvir histórias pela noite fora e porque as pessoas-com-sono dão-me sono).
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Um concurso (ou julgavam que estavam de férias?)
A Academia das Belas Artes de Katowice e o Ministério da Cultura da Polónia estão a lançar um concurso de ilustração e design de livros destinados à infância. Podem concorrer estudantes universitários de todo o mundo.
As regras do jogo, formulários e afins, podem ser consultados aqui (em polaco, mas também em inglês).
Obrigada à Inês pela informação.
Um alfabeto muito apetecível
A colecção L'ABéCédaire juntou 21 ilustradores e a cada um deu uma letra e a oportunidade de escolher e ilustrar algumas das palavras que lá cabem dentro.
O resultado é um livro por letra e por ilustrador e, no conjunto, uma colecção de 20 livros que nos dá a descobrir uma série de universos gráficos, sensibilidades e formas de expressão.
(Pelas contas já podem ver como há excepções, por exemplo, dois ilustradores que partilham duas letras num só livro).
As imagens são representadas em página simples ou dupla e, no final, existe um índice com as palavras em causa. Nas guardas iniciais, cada ilustrador desenhou um alfabeto completo.
Apesar de as capas já terem sido apresentadas, os livros não foram ainda todos publicados. A ideia é irem saindo durante os próximos meses, conseguindo-se com esta espera saborear demoradamente as letras já publicadas e aguardar com expectativa as que faltam.
No site das Edições L'Édune é possível conhecer melhor o espírito da colecção e espreitar todas as letras deste alfabeto.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
O valor do vento
Porque hoje está um dia de vento (e, ao que parece, assim vai continuar), lembrei-me deste poema de Ruy Belo que deve ter um dos finais mais inesperados (e cómicos) da História da Poesia...
Está hoje um dia de vento e eu gosto do vento
O vento tem entrado nos meus versos de todas as maneiras e
só entram nos meus versos as coisas de que gosto
O vento das árvores o vento dos cabelos
o vento do inverno o vento do verão
O vento é o melhor veículo que conheço
Só ele traz o perfume das flores só ele traz
a música que jaz à beira-mar em agosto
Mas só hoje soube o verdadeiro valor do vento
O vento actualmente vale oitenta escudos
Partiu-se o vidro grande da janela do meu quarto
(Todos os Poemas, Vol I)
Está hoje um dia de vento e eu gosto do vento
O vento tem entrado nos meus versos de todas as maneiras e
só entram nos meus versos as coisas de que gosto
O vento das árvores o vento dos cabelos
o vento do inverno o vento do verão
O vento é o melhor veículo que conheço
Só ele traz o perfume das flores só ele traz
a música que jaz à beira-mar em agosto
Mas só hoje soube o verdadeiro valor do vento
O vento actualmente vale oitenta escudos
Partiu-se o vidro grande da janela do meu quarto
(Todos os Poemas, Vol I)
terça-feira, 8 de julho de 2008
Refresco
A MeMo, juntamente com a Topipittori de que a Isabel já aqui tinha falado, foi uma das editoras que mais gostei de descobrir este ano em Bolonha. Parece que não é tão nova como isso, nós é que andávamos distraídos. Editam poucos livros por ano, escolhidos a dedo entre novidades e reedições de coisas que tinham ficado esquecidas. Olivier Douzou é um dos autores da MeMo e está visto que (qual ventoinha) por onde ele passa o ar fica logo mais leve e fresco.
As ideias das histórias dão vontade de devorar os livros: há a do dariz entupido, a do ouriço que não gostava de picar (e que não achava graça nenhuma a ter balões por perto), a do livro da noite, a da nuvem que não se queria ir embora...
As ideias das histórias dão vontade de devorar os livros: há a do dariz entupido, a do ouriço que não gostava de picar (e que não achava graça nenhuma a ter balões por perto), a do livro da noite, a da nuvem que não se queria ir embora...
Estas são algumas das capas de que gostei muito:
quinta-feira, 3 de julho de 2008
O novo cartão da Pó dos Livros
A minha relação com a Pó dos Livros é estranha quanto baste.
Nunca lá fui. Não conheço ninguém que lá trabalhe. Nunca os vi mais gordos (como se diz), mas tenho por aquela casa uma simpatia anormal. Ao ponto de muitas vezes me apetecer ir lá comprar livros.
Hoje soube qua a Pó dos Livros tem um novo cartão de cliente. E, mesmo não sendo cliente (nem habitual, nem esporádica), fiquei cheia de vontade de ter este cartão.
Tudo por causa deste vídeo promocional.
Nunca lá fui. Não conheço ninguém que lá trabalhe. Nunca os vi mais gordos (como se diz), mas tenho por aquela casa uma simpatia anormal. Ao ponto de muitas vezes me apetecer ir lá comprar livros.
Hoje soube qua a Pó dos Livros tem um novo cartão de cliente. E, mesmo não sendo cliente (nem habitual, nem esporádica), fiquei cheia de vontade de ter este cartão.
Tudo por causa deste vídeo promocional.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Máquina de sonhos e desenhos
Muita expectativa existia à volta desta máquina...
Dizia-se que sonhávamos lá para dentro, pedíamos um desejo, e a máquina, qual génio da lamparina (ou Cristiano Ronaldo do anúncio do BES), acedia aos nossos pedidos.
Fomos lá experimentar e não ficámos nada desiludidos.
Primeiro escrevia-se o pedido num papel pequenino que se dobrava em quatro.
Depois enfiava-se o dito papel numa ranhura, acompanhado de uma moedinha de 50 cêntimos (para os artistas dos bastidores irem beber uma cerveja).
Depois esperava-se, como quem espera naquelas máquinas de tirar fotografias que há nas estações dos comboios (e que tantas vezes nos roubam moedas)...
Tzzzzz! Tchhhhek....Tchhhhek...!
Aqui ninguém nos roubou...
O Simão escreveu um desejo: "Quero a minha prima Sara!"
E o génio da caneta desenhou a prima Sara em todo o seu esplendor, mesmo nunca a tendo visto.
O Simão achou-a perfeita...
Uma verdadeira gata!
Máquina de desenhar, a funcionar na Feira Laica da Bedeteca, 28 de Junho de 2008, Artista anónimo
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