A maioria dos emigrantes que chegam à ilha são homens jovens, na casa dos 20 e 30 anos, que atravessam o mediterrâneo de barco, desde a Líbia ou da Tunísia, mas há também muitas mulheres e crianças. As condições em que viajam e são depois recebidos pelas autoridades europeias são conhecidas de todos e polémicas q.b.
O IBBY de Itália teve uma boa ideia — claro que é uma gota de água no meio do problema mas, quem sabe, pode fazer a diferença: criar uma biblioteca em Lampedusa para as crianças da ilha e para todas as que vão chegando (em Lampedusa não existe nenhuma biblioteca).
Esta biblioteca terá a particularidade de alojar uma coleção de livros ilustrados sem palavras, escolhidos entre os melhores publicados em todo o mundo. Uma coleção dinâmica que vai expandir-se em cada dois anos, já que o IBBY vai organizar uma espécie de concurso para selecionar livros novos com regularidade e, assim, manter a biblioteca viva.
Porquê livros sem palavras em Lampedusa? Porque na ilha há crianças de muitas nacionalidades e estes livros podem ser capazes de ultrapassar as diferenças linguísticas (e talvez muitas outras).
Apostamos que vão lá estar todos estes e muitos outros igualmente fantásticos:
Zoom, de Istvan Banyai
Migrando, de Mariana Chiesa Mateos (publicado em em Portugal pela Orfeu Mini)
O ladrão de galinhas, de Béatrice Rodriguez (publicado em em Portugal pela Bags of Books)
Emigrantes, de Shaun Tan (publicado em Portugal pela Kalandraka)
Le monde à l'envers, de Atak (na edição francesa da Thierry Magnier)
Robinson Crusoe, de Ajubel (Media Vaca)
(os livros sem palavras do Planeta Tangerina também já seguiram para Itália).
Mais informações sobre o projeto aqui e aqui (uma apresentação que mostra o sítio exato onde vai nascer a biblioteca).