Para a rentrée literária (como tão elegantemente se chama a esta época do ano) esperam-se menos livros, mais seleccionados, mais seguros. No dito artigo diz-se que a poesia fica confinada ao sítio do costume (o sítio do pouco, muito pouco), que as editoras apostarão apenas em escritores consagrados e que só chegarão às lojas livros premiados e garantidos.
Diz ainda o artigo do DN que são as editoras independentes, as mais pequenas, as que parecem ter menos medo da crise, apostando em autores novos, estreando colecções ou obras de venda menos célere (chamemos-lhes assim) ou menos garantida.
Não sei o que é um livro garantido, mas desconfio que os livros do Planeta Tangerina não entram a correr nessa categoria: quando os publicamos, não fazemos a mínima ideia se os leitores vão gostar deles, se vão vender-se como pãezinhos quentes ou sair mais devagar do armazém do rés-do-chão que atravessamos todas as manhãs.
O que não significa que não gostemos (e precisemos) que os livros se vendam bem.
Temos essa vantagem — que é também uma desvantagem — a de ser editores e autores em simultâneo: fazemos livros porque nos saem assim, porque é isto que temos a dizer agora. Mas não conseguimos garantir aos nossos leitores "este livro é seguro. compre-o" ou "este livro é garantido. leve-o".
Corremos alguns riscos, é certo. Mas desconfio que os nossos leitores não se importam de correr esses riscos connosco. Vamos ver como corre o regresso às aulas...
Aqui uma introdução ao artigo do DN (a versão completa só em papel ou Ipaper).
2 comentários:
Pela parte que me toca, podem arriscar! Ontem o meu filho de um ano foi à escola pela primeira vez na vida. Para celebrar recebeu DOIS livros vossos!Trocoscópio e Quando eu nasci. Viva!!
nós, cá por casa, também agradecemos que arrisquem e que continuem a surpreender-nos. uns com mais sucesso/uso que outros, mas todos (os que temos) com lugar especial na prateleira.
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