sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Edição Exclusiva

No blogue Edição Exclusiva, um Especial Infantil (vamos pôr aspas nisto) dedicado ao mundo da Edição para a Infância: a semana começou com um texto de Luísa Ducla Soares sobre a escrita para crianças, prosseguiu com Alice Vieira com uma reflexão sobre a escrita para jovens (ou lá o que isso é) e continuará com Jorge Silva, Dora Batalim, José Olveira, Fernando Pinto do Amaral, Carla Oliveira, entre outros. Ao Planeta Tangerina foi pedida uma reflexão sobre o processo de internacionalização, que sairá também nos próximos dias. 

Hoje saiu um texto (muito bonito) de Afonso Cruz sobre as relações entre escritor e ilustrador. Começa assim:

 O texto deve ser defeituoso. Não deve ser capaz de andar sozinho, como se tivesse pernas, como se não precisasse de ajuda para andar, como se não precisasse da imagem para saber caminhar. Se o texto for autónomo e capaz, se não precisar de nada além de si mesmo, é apenas isso. Pode ser um texto excelente, mas é um texto que grita, que nos diz: não preciso de mais nada. Não preciso de ilustrações.

A relação entre o escritor e o ilustrador deve ser, quando penso nisso, como um corpo: uns ficam com os intestinos e com os rins e os outros com o que se vê. A ilustração deve ser um corpo do avesso, a mostrar o que está dentro usando a parte de fora. A questão não deve ser exibir as vísceras, mas sim, o que lhes corresponde cá fora: os cabelos, a pele, os lábios, os olhos a piscar, os dentes, os sapatos, o umbigo, as tatuagens e as mãos. E tudo isso é exactamente o que está dentro, mas de outra maneira, como um avesso.


O texto pode ser lido na íntegra aqui, assim como todos os outros publicados até ao momento.



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