Participações:
"Acredito na sina e na sorte; acredito no destino e que nada neste mundo é arbitrário ou obra do acaso. Agora, acho-o reconfortante, porque tenho a certeza de que nada acontece por acaso (...)"
"O dia em que te conheci", Rowan Coleman
Ana Cristina Vieira
A mulher que cada dia queria estar mais magra
Era uma vez uma mulher que cada dia queria esta mais magra. Acordaba e tomaba seu pequeno almoço, um chá ligeiro. O seu almoço era ler um bocado do seu livro de receitas para emagrecer. Ao lanche era capaz de beber um chacinho e mergulhar nele uma migalha de biscoito. Por fim, jantava uma coisa leve para não ir com o estómago cheio e assim este não lhe permitese descansar bem. Como ceia lia o seu livro de receitas. Um dia adormeceu e a sua familia não a encontraba por lado nenhúm. Estava a fazer de marcapáginas do seu livro.
Maria Arosa
Plié
Abri. Folheei. Comecei a ler e, discretamente, coloquei-me em bicos de pés para voltar ao palco do ginásio da minha escola.
Atuávamos depois do Zé das Moscas. Atrás das cortinas, as outras meninas ensaiavam novamente a coreografia e o Jimmie Jack, que tinha um olho verde e o outro azul, perfeito no seu papel de pirata, recitava o texto pela última vez. Logo que puseram a tocar o Lago dos Cisnes entrámos aos saltinhos e, numa meia lua, começámos a dançar. Com passos envergonhados aproximei-me do microfone e, sorrindo de orelha a orelha, fitei o público à procura do olhar do meu pai. Quando eu era pequenina, levaram-me ao bailado… Mais dois passos de ballet e despedimo-nos com uma vénia.
A atuação na festa final do 2º ano vive ainda na minha memória. Não voltei a ver o poema que disse naquele final de tarde, até ontem. Sentada à mesa da biblioteca, li recordações e emoções nessa nostálgica página. O poema: estava igual, era impossível não ser lembrado. A melodia não se esquece!
Ana Rita Ribeiro
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