domingo, 28 de dezembro de 2008

Leo Lionni



Quase podia ser uma história de Natal a de Tico, o pássaro sem asas. Leo Lionni conta-a neste lindíssimo "Tico and the Golden Wings", que reencontrei agora no Books by its Cover.
A história é mais ou menos esta:
"O sonho de Tico é ter um par de asas douradas que o levem longe, até ao cimo das montanhas. Mas no dia em que consegue o que tanto quer, Tico passa a voar sozinho, ignorado pelos amigos.
Nos seus voos solitários, começa então a ajudar as pessoas com quem se cruza, oferecendo, uma por uma, as suas penas de ouro: sempre que oferece uma pena, nasce no seu lugar uma pena escura. E é assim que, um dia, as asas de Tico deixam de ser douradas, para se tornarem negras como tinta da china, iguais às de tantos outros pássaros."


Leo Lionni escreveu e ilustrou esta história em 1964. Provavelmente fê-lo na sua quinta toscana, onde passava a Primavera e o Verão, para regressar a Nova Iorque nos meses mais frios. Era aí, em Itália, rodeado de campo, lagartixas, ratos e sapos que encontrava inspiração para as suas histórias, quase sempre fábulas, escritas e ilustradas de forma exemplar.
Uma das minhas preferidas é a do rato Frederico, editada em Portugal pela Kalandraka e que, pensando bem, tem qualquer coisa de autobiográfico do autor: Frederico é um rato, mas ao contrário dos outros ratos que aproveitam o Verão para recolher alimento para o Inverno, este herói aproveita os dias quentes para armazenar histórias e poesia, com que nos meses frios irá encher os serões dos outros ratos, seus companheiros.


Nascido em 1910, em Amesterdão, Leo Lionni publicou o seu primeiro livro "para crianças" apenas em 1959. Antes de se dedicar à escrita e ilustração, foi professor e director de arte de algumas das maiores agências publicitárias americanas. Influenciado pelos artistas da sua época, foi o primeiro ilustrador a trabalhar para crianças que usou a técnica de colagem nos seus trabalhos (inclusive antes do talvez mais conhecido Eric Carle que, algum tempo depois e encorajado pelo mestre, seguiu as suas pisadas). Leo Lionni defendia a ideia de que os livros para crianças devem ser graficamente ousados e mostrar aos mais novos o que de mais contemporâneo acontece à sua volta. Apesar de ter começado relativamente tarde a sua carreira nesta área, ganhou quatro vezes a medalha Caldecott (e não é de admirar).
Os seus livros são, para mim, verdadeiras pérolas: simples, poéticos, bonitos... o que mais podemos querer?

Na Random House, informação mais completa sobre o artista (vale a pena ler aqui um depoimento seu em resposta à pergunta "onde vai buscar as suas ideias?")
E no site da kalandraka, os livros de Lionni editados em português.

Quase me esquecia: em nome do Planeta Tangerina, boas festas, bom 2009!

6 comentários:

Anónimo disse...

Foi precisamente através da editora Kalandraka, que conheci Leo Lionni e apesar de conhecer as suas histórias que estão publicadas (todas elas tem algo especial!), "Frederico" foi a que me conquistou mais. Uma fábula mais moderna que encarna todos aqueles que se "alimentam" através dos livros, das histórias, da poesia.
Um beijinho, Cristina, Évora.

JoanaM disse...

Nós também somos fãs. Mas temos uma colecção de histórias dele, incluindo o "Frederick" em Alemão. Estúpidamente foi muito mais barato do que um só livro em Português...
Bjs e bom ano para todos os habitantes do Planeta Tangerina!

Dalaiama disse...

De vez em quando gosto de vir cá porque escrevem muito bem, sobre coisas doces e sérias. Bonito!
Também tenho alguns livros vossos :)
Bom Ano!!!

Anónimo disse...

Nadadorzinho é um preferido cá em casa. Beijinhos e Bom Ano Novo BD

Helena Bergendahl disse...

Dear Planeta!
I do not understand a word, but when I saw these books I suddenly remembered a whole lot of things. So I have linked to your page from my blog, all about my relation to Leo Lionni...
Thank you!

Anónimo disse...

Excelente post.
Hermosas ilustraciones.

Gracias.