quarta-feira, 6 de abril de 2011

Então e como correu Bolonha?

Têm-nos perguntado muitas vezes nos últimos dias.
Correu bem, correu bem... Mas depois (é verdade) não é fácil adiantar muito mais. Com algumas exceções, as vendas de direitos apenas se concretizam nas semanas pós-feira, depois da digestão e reflexão necessárias. Para além disso, muito do que ganhamos com a presença numa feira como esta, não é propriamente mensurável: marcamos presença, damo-nos a conhecer e abrem-se portas que, no imediato, podemos nem sequer imaginar.

Já nos disseram que Bolonha não é das feiras mais intensas ou agressivas (Frankfurt, dizem, é uma arena romana...). Bolonha tem energia, mas continua a ter bom ambiente. Com exceção de 4 ou 5 "grandes", que olham de soslaio quem entra nos stands sem autorização, é possível circular livremente, folhear livros à vontade, fazer perguntas. É normal estarem a decorrer reuniões e haver uma multidão a dois palmos, em torno de uma prateleira. A nós também nos aconteceu e ninguém se zanga. Porque os entusiastas dos livros têm aquele apetite voraz quando lhes cheira a coisa nova... e, em Bolonha, ainda há verdadeiros entusiastas dos livros.

Em Bolonha fazem-se dezenas de reuniões (de meia em meia hora, muda o interlocutor e muitas vezes a língua). Conhecem-se muitas pessoas (editores, autores, muitas pessoas que acompanhamos há algum tempo através do seu trabalho). Conta-se a nossa história (e as histórias dos nossos livros) vezes sem conta. Alinhavam-se negócios. Espreitam-se livros novos. Dá-se conta de uma editora interessante da qual nunca se ouviu falar. Repara-se, pela primeira vez, no trabalho de um ilustrador. Também se cimentam relações, provando que é possível trabalhar em conjunto com outros editores e daí retirar bons proveitos (este ano os tres caballeros Topipittori/Notari/ Planeta Tangerina, companheiros de stand e de outras aventuras, provaram isso mesmo).

É verdade que nesta nossa atividade não pensamos muito se somos ou não portugueses. Fazemos livros (matutados, escritos, ilustrados e, por acaso, impressos em Portugal), mas o país (ou, dizendo melhor, o estado do país) não é para aqui chamado. Mas temos algumas "penas" (não fossemos nós portugueses, pois então):
Por exemplo, que a DGLB não tenha estado presente na edição deste ano. A representação custa dinheiro ao país, mas potencia negócios e pode ser motor de arranque de muitas edições.
Que apenas uma jornalista (Sílvia Borges Silva da LUSA) tenha acompanhado os trabalhos da Feira. Há ali tanta matéria prima, a tantos níveis, e temos pena (lá está) que seja tão difícil aos media dar prioridade a um evento deste tipo.
Que não haja outros editores portugueses representados (e a representar os seus livros e autores) porque há muita coisa boa que merecia conhecer edições noutros países.
E, por fim, temos pena que, seguindo o exemplo de outros países, ainda não tenha sido possível aos editores portugueses organizarem-se na partilha de um espaço comum. Os pequenos editores franceses, os galegos e até os brasileiros dividem um amplo stand, poupando, certamente um dinheirão. Porque o investimento na feira ainda é grande, merecia ser estudado com sageza por todos, para daí ser possível recolher bons frutos.

Então e como correu Bolonha?
Bene! Molto bene. As imagens contam muito do que não contei aqui.



A caixa de chocolates suíços que recebemos dos fantásticos Paola e Luca (Éditions Notari). Feitos por um mestre chocolateiro suíço que combina o chocolate com outros sabores e aromas (açafrão, jasmim, canela, caril...).



À entrada, os painéis anunciando a exposição de ilustração.


A Madalena e o Bernardo em plena atividade (a Yara também lá estava...).


Nesta altura, o painel principal parecia completo. Mas com o passar dos dias, os autocolantes foram ganhando cada vez mais terreno...



The amazing guy, André da Loba, artista português e do mundo, mostrando as surpresas da sua mala de contar histórias. Ai este rapaz... Ao seu lado, a Lara da Livraria El bosque de la Maga Colibri.




A montra da livraria Corraini, no Mambo, o Museu de Arte Moderna de Bolonha. Um pequeno paraíso silencioso e recheado de livros fantásticos...

Os nossos amigos Topi mostram mais fotos aqui, aqui, aqui e aqui.

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